Ninguém pode negar o papel do voluntariado na História. Jamais alguém negará seu papel essencial nas enchentes de maio no Rio Grande do Sul. Muito se ouvia esta palavra e o termo “solidariedade”.
Ninguém nega, repito, as ações de solidariedade naqueles tempos e noutros.
Mas, agora, aqui, amanhã como será?
As pessoas têm seus muitos afazeres. Voluntariado não se faz em tempo integral.
Voluntariado é algo essencial no dia a dia da vida neste país de muitas exclusões.
Voluntariado não é coisa para aparecer e fazer proselitismo político-eleitoral. No infortúnio das enchentes havia gente focada nas pessoas, era pura solidariedade; mas havia gente só para aparecer e tirar proveito para si. Eram muitas “selfies”.
Onde estão eles agora?
Nem tente procurar que não vai achar! Nem foto em P/B de alguma coisa realizada.
Solidariedade ainda permanece nas cozinhas solidárias, onde doações de alimentos de assentamentos do MST são constantes, já tente achar alguma coisa que venha daquele empresário pimpão que apareceu em rede nacional que não vai achar.
Onde estão os noticiários para divulgar o que as comunidades fazem com alimentos vindos da CEASA? Não tem!
Na Páscoa, tente ajudar a quem nunca recebeu um ninho “do coelho”.
No dia da criança quantos presentes você vai arrumar?
Com as bibliotecas tomadas e destruídas pelas águas com quantos livros você vai ajudar?
Buenas, aqui é o Rio Grande do Sul, estado que celebra façanhas. Mas onde estão ações reais e concretas.
Agora, diga como se encontra nosso voluntariado? Nem vamos cobrar que alguém deixe de lado seus afazeres.
Afinal, perguntar não ofende.
(*) Por Adeli Sell é professor, escritor e bacharel em Direito.