A fome e a pobreza são feridas profundas no tecido da humanidade. Em 2023, mais de uma em cada cinco pessoas em 59 países enfrentou insegurança alimentar aguda. Este cenário sombrio, detalhado em um relatório global sobre crises alimentares, publicado pela FAO, UNICEF e o Programa Mundial de Alimentos (PMA), nos alerta para o fato de que a insegurança alimentar piorou pelo quinto ano consecutivo, atingindo o alarmante número de 281 milhões de pessoas ameaçadas pela fome.
Em resposta a essa crise global, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou uma proposta ambiciosa e necessária: a criação de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Esta iniciativa, apresentada recentemente no Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável na ONU, em Nova York, surge como um esforço coordenado para unir países em torno de um objetivo comum – erradicar a fome e reduzir as desigualdades.
Presidente leva pensamento de Betinho ao mundo
Com seu chamamento às consciências, Lula recupera e vai além de outra política de combate à fome lançada, no Brasil, em 1993: a Ação da Cidadania. A inspiração por trás dessa aliança global não é meramente política; é também profundamente humana e enraizada nos ideais do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Betinho, perseguido pela ditadura militar, dedicou sua vida à luta contra a desigualdade e à promoção da cidadania.
Ele acreditava que a fome era uma afronta à dignidade humana e que combatê-la era uma questão de justiça social. Lula, que já protagonizou a histórica campanha Fome Zero em seu primeiro mandato, agora eleva esse compromisso ao cenário global, ecoando, novamente, o legado desse sociólogo comprometido com a humanidade.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza visa não apenas a mobilização de recursos financeiros, mas também o compartilhamento de conhecimentos e experiências bem-sucedidas em políticas de combate à fome. Sob a liderança do Brasil, na presidência do G20, essa iniciativa se propõe a ser uma ferramenta eficaz na promoção da segurança alimentar, aumento de renda e enfrentamento das desigualdades, contribuindo significativamente para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
A gravidade da situação exige uma resposta à altura. A fome, como bem destacou o presidente Lula, “não é um fenômeno da natureza”. É o resultado de escolhas políticas e da falta de ação daqueles que têm o poder de mudar essa realidade. A criação da Aliança é um passo fundamental para reverter esse quadro. A proposta, já aprovada pelos membros do G20 e com lançamento oficial previsto para novembro, durante a cúpula do grupo no Rio de Janeiro, está aberta a adesões globais.
O sucesso dessa iniciativa dependerá do compromisso e da ação coordenada de todos os países envolvidos. Em apenas 18 meses, o Brasil retirou 24 milhões de pessoas do mapa da fome. Esse exemplo deve inspirar outros governos a aderirem à Aliança e a se comprometerem verdadeiramente com a erradicação da fome e da pobreza. Combater a fome e a pobreza é uma das principais características do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e presentes nos seus três governos.
Em 2003, quando se elegeu pela primeira vez, Lula criou o Programa Brasil Sem Fome, dando início a uma luta contra a pobreza e a fome no país. Em 2014, após as duas gestões de Lula, seguidos pela de Dilma Rousseff, o Brasil tinha saído do Mapa da Fome. Infelizmente, a chaga que, há décadas, castiga uma parcela considerável do povo brasileiro, voltou nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Não por acaso, entre 2020 e 2022, um em cada 10 brasileiros passava por situação de insegurança alimentar severa, ou seja, estava passando fome, conforme relatórios de agências especializadas da ONU.
Neste terceiro mandato, o presidente Lula recriou o Brasil Sem Fome, com a meta de chegar, em 2030, com menos de 5% de domicílios com insegurança alimentar no País. Assim, neste momento crítico, é essencial que o mundo reconheça a fome como uma violação dos direitos humanos e que governos, organizações internacionais e sociedade civil unam esforços para transformar essa realidade.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza não é apenas uma proposta; é um chamado à ação, um apelo à nossa humanidade comum, inspirado nos valores de justiça e solidariedade que Betinho e tantos outros defensores dos direitos humanos nos legaram. Se agirmos agora, podemos fazer da erradicação da fome e da pobreza uma realidade em nosso tempo.
Por isso, nós, do Jornal Brasil Popular, entendemos que o chamamento do presidente Lula, neste momento crítico, projeta-se de maneira primordial para que o mundo reconheça a fome como uma das maiores violações dos direitos humanos.
Jornal Brasil Popular
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