O presidente Bolsonaro, como todo irresponsável, não assume suas culpas e, ao contrário, a terceiriza para os outros. Já na campanha eleitoral, ele dizia que tudo de ruim no Brasil era culpa do PT. Inclusive programas sociais, como o Bolsa Família, que ele hoje diz querer ampliar.
No mais recente discurso, na ONU, o presidente culpou indígenas, imprensa e ONGs por queimadas e consequências da Covid-19. No enfrentamento da pandemia, na contramão de quase todos os dirigentes mundiais, o presidente não cansou de culpar governadores, prefeitos, o Congresso Nacional e até o STF pelas mortes e contágios ocorridos. Até a imprensa mundial, esquerdista segundo Bolsonaro, é culpada pela imagem ruim que ele tem lá fora.
Em relação à China, principal parceiro comercial do Brasil, o presidente não teve coragem e mandou o filho Eduardo ir a público culpar aquele país pela pandemia do coronavírus. Causou um grande mal-estar, incomodando inclusive os empresários do agronegócio que têm suas fortunas construídas com as vendas de soja para a China. E assim vai…
Pois bem, assim como fez nos quase trinta anos de mandato de deputado, pago regiamente por todos nós, Bolsonaro se omite em relação aos problemas, não trabalha, não produz nada além de ‘fakenews’ e gasta boa parte do seu tempo na doce tarefa (para ele) de atirar pedras em quem trabalha e em quem assume suas responsabilidades, mesmo com desgaste político.
No caso da pandemia do coronavírus, o povo brasileiro sofre e observa estarrecido que todos os líderes mundiais, especialmente da Europa, tomam uma série de medidas para proteger seus cidadãos da terrível doença e de suas consequências financeiras, menos o presidente do Brasil. Este, ora desqualifica o trabalho dos governadores e prefeitos, que pregam o isolamento social como tática de combate ao covid-19. Ora, desqualifica o trabalho da imprensa, brasileira e internacional. Paralelamente, vive tossindo e apertando mãos de sua tropa de fanáticos, em eventos de rua, além de provocar e estimular aglomerações, com a convocação dos pobres ao trabalho e crianças às escolas.
Mas tudo isso não é de espantar! Em entrevistas, ainda como deputado, ele dizia que no Brasil deveriam ter morrido uns trinta mil durante a ditadura militar.
Esse é o presidente eleito por um pouco mais da metade dos eleitores, igualmente responsáveis por essa situação. Mas duro mesmo é a outra metade ter que aturar tudo isso por não se sabe quanto tempo.