As notícias sobre o estoque de material para testes da Covid – deixado para se tornar inútil, por vencer a data de sua utilização, em galpão no Rio de Janeiro, – somada a do orçamento para 2021, – ainda não aprovado, porém já se sabe que sem recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS) combater a pandemia – indicam claramente a opção pelo assassinato de parcela da população pela falta de diagnóstico e dos recursos para o tratamento da doença.
E não vemos a revolta, mas a apatia da população que mais sofrerá com esta ação de um governo liberal. Para quem não entendeu a qualificação, o liberalismo é o pensamento político que diz “cada um por si e combata o outro que disputa com você os mesmos bens escassos”. Para evitar esta guerra fratricida que existe o Estado. E para defender as pessoas que existe um Ministério Público.
No entanto, o que estamos constatando no Brasil, em 2020, já entrando na terceira década do século XXI, é a postura arcaica, medieval dos poderes. O Estado que só se preocupa com o sistema financeiro internacional, a banca, e seus donos ou acionistas, além do Poder Judiciário omisso, lerdo quando deveria ser rápido, ativo quando deveria ser reflexivo, buscar provas insofismáveis.
Caberia ao Ministério Público, na defesa do interesse da população atingida, impetrar ação de responsabilidade contra os gestores no Ministério da Saúde e em outros órgãos do Executivo pelo descuido e abandono dos brasileiros aos malefícios, muitas vezes fatais, da epidemia que chegou ao nosso país.