O Porta a Porta – Casa para Todos, Movimento pelo Direito à Habitação, sublinha que a habitação continua a ser um dos mais graves problemas do país, o que os organismos públicos confirmam.
O Porta a Porta aponta como exemplo os números do INE, segundo os quais, no 3.º trimestre de 2024, quando comparado com o mesmo período de 2023, «o valor da renda mediana teve um crescimento homólogo de 10,7%», enquanto «o preço das vendas dos imóveis subiu 9,8% no 3.º trimestre, face ao trimestre homólogo», o que mostra «uma tendência de subida acelerada».
O Movimento pelo Direito à Habitação recorda ainda os números do Instituo Nacional de Estatística (INE) referentes aos salários de 2023, revelando que 65% dos jovens e 70% das mulheres recebem remunerações abaixo dos 1000 euros. Números elucidativos quanto à incapacidade financeira daqueles que vivem e trabalham em Portugal de obterem «casa a preços compatíveis com os salários, reformas e pensões praticados no nosso país». Por outro lado, o FMI coloca Portugal num pequeno grupo de países que não controla a explosão dos preços da habitação.
O Porta a Porta aponta baterias às políticas que nos trouxeram até aqui e que «foram intensificadas por este governo e estão a agravar o problema», ao mesmo tempo que o ano de 2024 se prepara «para vir a ser o ano mais lucrativo de sempre da banca em Portugal, muito graças aos lucros gerados pelo crédito à habitação».
Por fim, o Movimento fala de um ano marcado por grandes lutas pelo direito à habitação, nomeadamente as manifestações nacionais de 27 de Janeiro e 28 de Setembro.