Análise das duas pesquisas lançadas, nesta quarta-feira (17), uma pela Revista Fórum e, outra, pelo jornal Folha de S. Paulo, indica que Lula ganharia eleição para presidente
Dados da oitava edição da Pesquisa Fórum, realizada entre os dias 12 e 16 de março, em parceria com a Offerwise, divulgados, nesta quarta-feira (17), revelam que Lula é considerado o melhor presidente para 39,4% dos entrevistados. Em seguida, vem Jair Bolsonaro, com a preferência de 25,4%.
O tucano Fernando Henrique Cardoso – que declarou que votará no menos ruim em um possível segundo turno entre Lula e Bolsonaro em 2022 – vem logo atrás, mencionado por 20,2% dos 1 mil entrevistados.
Mulheres
Entre as mulheres, que protagonizam o principal nicho de oposição a Bolsonaro desde o #EleNão, a preferência por Lula aumenta e chega a 45,3%, contra 32,9% junto ao público masculino.
A situação é inversa entre aqueles que preferem Bolsonaro, que tem 31,9% da preferência entre homens, diante de 19,7% no eleitorado feminino.
FHC também é mais popular entre os homens – 21% contra 19,5% – e Dilma mais querida entre as mulheres, com 3,2% da preferência nesse nicho, diante de apenas 0,9% do eleitorado masculino.
Pobres e ricos
A situação também é inversamente proporcional quando se leva em conta a renda dos eleitores: Lula tem preferência maior entre os mais pobres, enquanto o eleitorado de Bolsonaro se concentra entre os mais ricos.
Lula tem 49,7% da admiração dos eleitores com renda até dois salários mínimos, índice que vai diminuindo conforme aumenta a renda: 37,9% entre 2 e 3 SMs; 30,8% de 3 a 5 SMs; 28,8% de 5 a 10 SMs; e 13,9% entre aqueles que ganham mais de 10 salários mínimos.
Já Bolsonaro concentra apoio de 39,2% na faixa mais rica, enquanto tem menor preferência entre os mais pobres: 21% até dois SMs e 20,3% de 2 a 3 SMs.
Nordeste
Alvo de atos de campanha precipitados de Bolsonaro, no Nordeste Lula é considerado o melhor presidente para 57% dos entrevistados. O menor percentual do petista é no Sudeste, com 28,5% – mesmo assim, 1 ponto porcentual acima de Bolsonaro, que tem 27,5% de preferência na região. No sul e centro-oeste, Lula tem preferência de mais de 40% – 41,3% e 42,3%, respecitivamente – e no Norte o índice é de 34,6%.
Bolsonaro tem maior aceitação no Norte, com 30,8% da preferência na região. O Nordeste é onde o atual presidente tem desempenho mais fraço, de apenas 21,4%.
Juventude
Um dado interessante revelado pela pesquisa é que Lula, que deixou o poder há uma década, é considerado o melhor presidente por 55,2% dos eleitores que não votaram nele, na faixa etária entre 16 e 24 anos. Na faixa seguinte, dos 25 aos 34 anos, o petista tem índice ainda maior, de 56,7%.
Os dados revelam que o eleitorado mais velho – que tem características mais conservadoras – é onde se concentra o maior apoio de Bolsonaro. E o menor de Lula.
Entre aqueles que tem mais de 60 anos está o maior índice de apoiadores de Bolsonaro, com 30,7%. Nessa faixa, Lula tem a preferência de 26,8%.
Nova metodologia
A 8ª Pesquisa Fórum foi realizada entre os dias 12 e 16 de março, em parceria com a Offerwise, e ouviu 1000 pessoas de todas as regiões do país. A margem de erro é de 3,2 pontos porcentuais, para cima ou para baixo. O método utilizado é o de painel online e a coleta de informações respeita o percentual da população brasileira nas diferentes faixas e segmentos.
O consultor técnico da Pesquisa Fórum, Wilson Molinari, explica que os painelistas são pessoas recrutadas para responderem pesquisas de forma online.
A empresa que realiza a pesquisa, a Offerwise, conta com aproximadamente 1.200.000 potenciais respondentes no Brasil.
“A grande vantagem é que o respondente já foi recrutado e aceitou participar e ser remunerado pelas respostas nos estudos que tenha interesse e/ou perfil para participar. No caso da Pesquisa Fórum, por ser de opinião, não existe perfil de consumidor restrito, como, por exemplo, ter conta em determinado banco, ou possuir o celular da marca X. O mais importante é manter a representatividade da população brasileira, tais como, gênero, idade, escolaridade, região, renda, etc.”, disse
Molinari registra que pesquisas feitas em ruas ou nos domicílios costumam ter margem de erro menor. “Porém sabemos que 90% da população brasileira possui acesso à telefonia celular e, especificamente na situação de quarentena que estamos vivendo, o método online é mais seguro do que o pessoal e sempre é menos invasivo que o telefônico”.
Pouco usado para pesquisas de opinião no Brasil, os painéis online são adotados como método de pesquisa no mundo todo, segundo Molinari. E regulamentados pelas principais associações de pesquisa. “Os painéis hoje são amplamente utilizados para pesquisas de satisfação, imagem de marca, qualidade de produtos e serviços, opinião, entre outras”, acrescenta.
DataFolha
A pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada na noite de terça-feira (16), no site da “Folha de S.Paulo”, aponta que cresceu para 56% o número de brasileiros que consideram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) incapaz de liderar o País. Na pesquisa anterior, realizada em janeiro, 50% dos entrevistados haviam dado essa resposta.
Segundo o levantamento, o percentual de brasileiros que consideravam Bolsonaro capaz de liderar foi de 46% para 42% de janeiro para março, com oscilação negativa no limite da margem de erro. Não souberam responder 3%, ante 4% no começo do ano.
Quando a pandemia começou, há um ano, Bolsonaro era melhor avaliado. Em abril de 2020, ele foi tido como capaz de liderar o país por 52% dos brasileiros, em detrimento de 42% que o julgavam incapaz.
56% não acreditam que Bolsonaro é capaz de liderar o país (20 e 21 de janeiro: 50%; 24 e 26 de maio de 2020; 52% ; 27 abril de 2020: 49%; 3 de abril de 2020: 44%)
42% acham que Bolsonaro é capaz de liderar o país (20 e 21 de janeiro: 46%; 24 e 26 de maio de 2020: 45%; 27 abril de 2020: 45%; 3 de abril de 2020: 52%);
3% não sabem responder se Bolsonaro é capaz de liderar o país (20 e 21 de janeiro: 4%; 24 e 26 de maio de 2020: 3%; 27 abril de 2020: 5%; 3 de abril de 2020: 4%)
Entre os que hoje julgam o presidente mais incapaz estão os mais ricos, que ganham acima de 10 salários mínimos (62%) e quem tem curso superior (também com 62%).
Moradores da região Nordeste também compõem a massa crítica do governo, com 63% dos que avaliam o presidente incapaz de liderar o Brasil.
Os que confiam no presidente, por outro lado, são moradores da região Sul (51%), Norte/Centro-Oeste (49%) e evangélicos 52%.
O Datafolha reforçou também que, no mesmo levantamento, o índice de ótimo e bom atribuído ao desempenho do presidente no combate à crise caiu ao menor índice da série histórica: 22%.
Com informações da Revista Fórum e do jornal Folha de S. Paulo