Este caso esconde de tudo. Começa por ocultar mil e uma verdades.
O mais grave é que pessoas da esquerda, em altos postos, repetiu o que a direita se obriga a dizer: “é um maluco, um lobo solitário”.
Não, não é nada disto!
Ele é um lobo de uma alcateia imensa, da qual fazem parte os bandidos julgados e ainda não julgados do 8 de janeiro. Parte deles em fuga pela Argentina, como fizeram os nazistas na segunda Grande Guerra.
O Tio França tinha partido, era do PL; como outros se escondem em outras siglas da direita.
Ainda sem as adequadas conclusões dos atos praticados por ele em Brasília, em pleno domingo pela manhã, em Rio do Sul, sua cada “pega” fogo. É incendiada. Agora, aparece uma “companheira”, da qual nada se falara por dias e dias em que ele frequenta a mídia nacional.
Não aparece o PL de Rio do Sul para justificar sua filiação e a continuidade dele com os ataques à democracia que vinha praticando. Mas o seu ex-presidente é claro: “Ex-presidente do PL em Rio do Sul sobre Tiü França: ‘Era mais bolsonarista que outra coisa’.
A extrema direita age de todas as formas possíveis. Antes do 8 de janeiro fizeram ataques individuais ou em pequenos grupos, sempre com bombas e explosivos.
Veio o 8 de janeiro e a alcateia, o gado, a manada era grande, juntando lobos selvagens, lobas até de idade provecta, para atacar a democracia.
É disto que se trata, trata-se de ataques à democracia.
O Brasil e o mundo estão em disputa. Entre a Banalidade do Mal e o avanço civilizatório.
A CASA INCENTIADA DO TIU FRANÇA
Por que razão a sua casa em Santa Catariana não foi devidamente vasculhada?
Este incêndio para coisa acertada.
Quem garante que a mulher que teve graves queimaduras é autora do incêndio e que quisesse sua autoimolação?
São perguntas que estamos deixando no ar, para que as autoridades respondam.
Seria o caso de uma imediata intervenção da Polícia Federal, porque em Santa Catarina haverá pressões de todos os lados para cima da Polícia local.
Não vamos esquecer que esta cidade é bolsonarista até a medula. Bolsonaro fez 76,50% em 2022.
Em 2024 a votação do Prefeito do PL superou três outros candidatos.
Com apenas 3% da população brasileira, Santa Catarina lidera o avanço do neonazismo no Brasil. Em um ano – de 2021 para 2022 – o número desses grupos extremistas identificados no estado mais do que dobrou, com 320 células ativas, o que representa mais de um quarto dos 1.117 grupos catalogados no país. Dados fornecidos pela Revista Piauí.
CONEXÃO SC-RS
Outro estado que frequenta o notíciário quando se trata de extremismos é o Rio Grande do Sul, vizinho de Santa Cataria. Tudo leva a crer de profundas conexões entre os grupos de extremíssima direita nos dois estados do Sul do país.
Já em 2022, a Polícia do RS abre inquérito para investigar grupos neonazistas
Recentemente, a deputada estadual do PCdoB e sua família sofreram várias ameaças.
Um dos articuladores ou principal ator desta barbaridade acaba de ser preso em Jundiá no Estado de São Paulo. Sendo que até aqui a Política mantem a maior parte do caso em sigilo ainda.
Nas eleições deste ano, o PL do governador Jorginho Melo conquistou um terço dos cargos.
No Rio Grande do Sul apesar de muitos candidatos do PT terem disputado raivosamente as eleições, ondo ao segundo turno nas grandes cidades, foram derrotadas em todas, menos em Canoas, onde parecia ser impossível vender.
No RS, o extremismo do PL ficou bem longe do PP e MDB que mais uma vez foram os grandes vencedores.
SEM ANISTIA
Os condenados do 8 de janeiro devem cumprir suas penas.
Os valores pecuniários de suas condenações devem ser cobrados. O Estado tem o direito e o dever de buscar este ressarcimento.
A segurança tem que ser redobrada junto aos poderes.
Deve haver formas eficazes de garantir a segurança dos governantes eleitos, a começar pela Presidente da República, os Ministros do Supremo, parlamentares ameaçados.
As entidades democráticas, da luta pela democracia, da luta das mulheres, dos negros, dos LGLBTS, os ativistas pela dignidade da pessoa humana tem que pressionar o Congresso Nacional e as autoridades em cada Estado para dar cabo aos grupos nazifascistas.
(*) Por ADELI SELL, professor, escritor e bacharel em Direito.
As opiniões dos autores de artigos não refletem, necessariamente, o pensamento do Jornal Brasil Popular, sendo de total responsabilidade do próprio autor as informações, os juízos de valor e os conceitos descritos no texto.