Há mais de trinta e cinco anos dedico minha vida à luta contra uma ordem econômica injusta e imoral erguida em favor do rentismo e da especulação financeira.
Quando da elaboração da Constituinte de 88 me contrapus aos absurdos que vivenciei na manipulação de leis, nas três esferas de poder, em favor de um capitalismo perverso que privilegia a financeirização em detrimento da produção.
No livro “O Complô – como o sistema financeiro e seus agentes políticos sequestraram a economia brasileira”, que considero como um “libelo acusatório”, apresento detalhes dos bastidores de ações tramadas e executadas por agentes do Estado em favor da elite financeira.
Depois de mais de três décadas, avalio que estamos hoje em situação muito mais crítica, pois como nos diz o professor Ladislau Dawbor, “vivemos a era do capital improdutivo” invertendo a sua real razão de ser e colocando o sistema produtivo a serviço do sistema financeiro rentista. Vivemos o tempo em que um governo universal exercido pelo sistema financeiro, subjuga os sistemas econômico e político, colocando o povo a serviço dos seus interesses. Daí nos perguntamos: quem governa o governo? Até quando vamos permitir?
Faço estes comentários iniciais considerando o momento político que estamos vivendo no Brasil, quando no dia 1º de janeiro de 2023 tomará posse na Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva.
Já durante a campanha eleitoral e agora no período de transição, Lula vem sendo atacado pelos representantes do tal “mercado” quando defende que as políticas sociais, principalmente o combate à fome, precisam ter uma prioridade por parte do Estado.
Expressões como “rompimento do teto de gastos” e “responsabilidade fiscal” têm sido usadas por representantes dos banqueiros e consequentemente ecoado pela grande imprensa como uma condenação antecipada para aqueles que ousam desafiar seus interesses.
A política recessiva estabelecida desde 2017 no Brasil levou 30 milhões de pessoas para a fila do desemprego, gerou 65 milhões de inadimplentes e o pior, atualmente 33,1 milhões de pessoas não têm garantido o que comer, sendo que 58,7% da população brasileira convive com a insegurança alimentar. Isso é inadmissível em um país que “alimenta o mundo” e cujo mercado cobra juros de mais de 500% ao ano e que a União gasta mais de 500 bilhões de reais no pagamento de juros de uma dívida pública nunca auditada pela sociedade.
Se os vendilhões da pátria já estão fazendo todo este barulho em razão destas medidas, que apenas minimizam as desigualdades sociais, imagine-se o que irão fazer quando for proposto: limitar o custo do crédito, acabar com as “Operações Compromissadas”, aprovar a emissão de dinheiro para quitar os títulos da dívida pública, revisar a tributação do ICMS sobre a exportação de produtos primários e semielaborados (Lei Kandir), rever os contratos da dívida dos Estados com a União e a tributar as grandes fortunas e os dividendos.
Para contribuir nacionalmente com esta discussão, que trata da gestão privatista das finanças públicas, no início de 2023, será lançado o curta-metragem O Complô. O filme, dirigido pelo cineasta gaúcho Luiz Alberto Cassol, foi patrocinado por um conjunto de entidades de trabalhadores e pessoas físicas.
Inobstante a todo apoio que será dado ao governo Lula, os sindicatos de trabalhadores, os movimentos sociais, a mídia alternativa e todos os demais atores progressistas, devem cerrar fileiras na proposição de um novo modelo de sustentação econômica que efetivamente torne o Brasil mais justo para todos.
(*) Por Hermes Zaneti – Deputado Federal Constituinte/88
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