Há mais ou menos uma semana se realizou na Ufob-campus Santa Maria um evento no qual o tema abordado girou em torno da Semana de Arte e Cultura promovida pela Casa da Cultura Antonio Lisboa de Morais/Biblioteca Campesina em 16 edições anuais [1991-1996]. A 1ª foi feita em parceria em a Casa do Estudante de Santa Maria [CAES] e só.
Por intermédio de fonte fidedigna, fui informado que os dois palestradores escalados pra falarem sobre a SEMANA, num ato propositadamente de má-fé, se “esqueceram” de que eu compunha o coletivo, ademais de coordenar os setores cultural e político daquelas empreitadas.
Um deles citou nomes de pessoas que desempenharam papéis secundários na organização das SEMANAS, o que não lhes tira o mérito.
Algumas das pessoas presentes naquele ato se autodenominaram atuarem na linha de frente quando, na verdade, não passavam de mera plateia.
Egocentrismo mesclado com overdose de mau-caratismo.
Façamos uma breve retrospectiva do histórico daqueles eventos que sacudiam a cidade durante sete dias.
Enquanto gentes da equipe encarregada de preparar as bases para concretização das atividades estavam confortavelmente aboletadas no recesso de seus respectivos lares, quem ora escreve estas linhas estava na Campesina lá para as 22, 23 e algumas vezes até meia- noite fazendo ligações para os prováveis futuros palestrantes da SAC na iminência de ocorrer.
Sem-número de telefonemas disparados para, só pra citar alguns, Emiliano José, Domingos Leonelli, Jorge Ferrera [Conselheiro Político da embaixada de Cuba], além de Bule-Bule e Xangai, dentre outros.
Uma semana antes do início das atividades programadas, a bordo de um carro de som, percorria eu as ruas de Santa Maria e São Félix anunciando a programação do evento.
Batendo paleta, isto é, caminhando, perambulava por várias escolas públicas anunciando as atividades que seriam levadas a cabo na edição daquele ano.
Diante disto, me ponho a matutar: como se sentiram essas pessoas mentindo para si mesmas?
No entanto, não nutrirei por elas ira ou ódio.
Minha postura doravante se baseará numa máxima que Jorge Amado expressou: ”Os que se comportam mal comigo, os que me fazem canalhice, simplesmente os enterro em meu cemitério particular. Muitos deles voltam a me falar sem desconfiar que para mim eles estão mortos e enterrados”. [pinçado do livro Jorge Amado — Um baiano romântico e sensual, de João Jorge Amado, Paloma Jorge Amado e Zélia Gattai Amado, Ed. Record]
Quem tenta impedir que a roda da história continue girando sempre dança.
Dom Quixote disse assim para o seu fiel escudeiro:
— Veja Sancho, os cães estão ladrando… Isso significa que estamos em movimento.
Se meteram a tentar cometer execrável memoricídio.
Debalde!
Biblioteca Campesina, 13 dezembro 2024
[56º aniversário do super execrável AI-5 que tornou aqueles anos mais chumbados, chumbosos…, enfim, o terrorismo de Estado recrudesceu]
(*) Joaquim Lisboa Neto, colunista do Jornal Brasil Popular, coordenador na Biblioteca Campesina, em Santa Maria da Vitória, Bahia; ativista político de esquerda, militante em prol da soberania nacional.
*As opiniões dos autores de artigos não refletem, necessariamente, o pensamento do Jornal Brasil Popular, sendo de total responsabilidade do próprio autor as informações, os juízos de valor e os conceitos descritos no texto.