Protestos contra a redução de recursos de hospitais da Região Metropolitana foram realizados nesta quinta-feira, 23 de setembro. Em São Leopoldo houve um abraço simbólico ao Hospital Centenário com mais de 300 pessoas, entre trabalhadores, comunidade e dirigentes da instituição.
O corte nos recursos nos hospitais da Região Metropolitana chega a R$ 200 milhões de reais. A proposta faz parte do programa Assistir, criado em agosto pelo governo de Eduardo Leite (PSDB). E que propõe a redistribuição de incentivos destinados aos hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O Hospital Centenário deixará de receber cerca de R$ 2 milhões por ano. As perdas mensais serão de R$ 165 mil reais, como explica a presidente da Fundação Hospital Centenário, Lilian Silva.”Os atendimentos e a complexidade serão mantidos, e provavelmente sofrerão impacto, o que nos fará repensar algumas especialidades”, destacou.
Outros protestos foram registrados, nesta quinta-feira, nos municípios de Canoas e Esteio. Mais de 20 cidades sofrerão com os cortes. O vereador Ênio Brizola (PT) denunciou a forma como esse processo vem sendo tratado pelo governo estadual na tribuna, em Novo Hamburgo, quando o programa foi criado.
“A forma autoritária como este governador que é o verdadeiro “Eduardo Mãos de Tesoura”. Cortou na saúde num processo pandêmico, onde já chegamos a quase 600 mil mortos no país. No momento em que há grande desemprego, num momento em que o país sofre com um desgoverno também. Para onde irão estas pessoas? Este programa Assistir não poderá entrar em funcionamento, não poderá ser aplicado. É um programa da morte e não da vida”.
O programa Assistir prevê um período de transição de dez meses para entrar em vigor mas desde já, as entidades ligadas aos hospitais e administradores municipais questionam os critérios que serão utilizados. A justificativa é que o programa quer distribuir os incentivos estaduais de forma mais justa, no entanto vai atingir hospitais que são referências para atendimento, como o Hospital de Pronto Socorro (HPS) da capital gaúcha. O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, é também o atual presidente da Associação dos Municípios da Grande Porto Alegre (Granpal) e questiona os critérios.
“Você não pode dar um tratamento igual para os desiguais. Quem entra num hospital público de emergência, tu não sabe quanto tempo ele vai ficar ali, se ele vai ter duas cirurgias, se vai ficar internado por um tempo, diferente de um hospital que você marca uma cirurgia, o custo desse pronto socorro é muito alto”.