Governo Bolsonaro destroi soberania científica do Brasil: diretor da Capes deixa chefia de avaliação e agrava crise no MEC

Depois da debandada de mais de cem pesquisadores, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) sofreu uma nova baixa no alto escalão do órgão.

O diretor de avaliação da Capes, Flávio Anastácio de Oliveira Camargo, deixou a fundação. A informação foi confirmada pela própria Capes, por meio de nota.

Camargo esteve à frente da Diretoria de Avaliação desde setembro de 2020. A área é responsável pelo processo de avaliação dos cursos de mestrado e doutorado, que entrou no centro de uma polêmica ainda sem solução.

Com a demissão, aprofunda-se a crise na fundação responsável pelo fomento à pós-graduação no Brasil, órgão ligado ao Ministério da Educação.

Segundo publicação do Estado de São Paulo, a Capes manifestou “seu agradecimento pelo trabalho e pela dedicação de Flávio Camargo”.

A presidente da entidade, Cláudia Queda de Toledo, é alvo de críticas por pesquisadores que dizem não ver empenho para a retomada da avaliação dos cursos de pós.

Além disso, ela é acusada pelos seus pares de promover uma corrida para autorizar novos cursos à distância, o que atenderia, principalmente, a iniciativa privada.

No momento, a avaliação dos cursos de pós-graduação no Brasil está paralisada por uma liminar na Justiça.

Cientistas da Capes reclamaram da demora para que a presidência recorresse da decisão. Esse foi um dos motivos que levou às renúncias de dezenas de pesquisadores, nas áreas de Matemática, Engenharia, Física e Química.