Mais um calendário de retomada das aulas no Rio Grande do Sul foi apresentado nesta terça-feira, 1º de setembro, pelo governador Eduardo Leite aos prefeitos. Segundo a proposta, as aulas voltariam na educação infantil municipal a partir do dia 8, e o ensino estadual, no dia 13 de outubro. Na avaliação do presidente da FAMURS, Maneco Hassen, os municípios não tem condições ainda de acompanhar esta data. Precisam de mais tempo para organização dos protocolos. A previsão só na educação infantil na rede municipal, são mais de 320 mil crianças na faixa etária de 0 a 5 anos.
“A proposta para a rede estadual é prematura. Primeiro o governo precisa controlar a pandemia no Estado”, avalia a presidente do CPERS Sindicato, Helenir Schurer.
No dia 28 de agosto, o pleno do Conselho Estadual de Direitos Humanos manifestou, em um documento endereçado ao governador gaúcho que as aulas presenciais não sejam retomadas no atual estágio da pandemia. Dados coletados pelo CPERS junto à comunidade escolar embasam o documento. O estudo mostra que 92% das escolas não têm recursos suficientes para investir na estrutura adequada e nos EPIS necessários, e 96% possuem trabalhadores que fazem parte do grupo de risco. Além disso, já foram registrados casos de contágio em escolas que operam em regime de plantão atualmente, no período em que as aulas estão suspensas e que apresentam falta do fornecimento de máscaras por parte do Estado.
Para o médico, Armando De Negri, da Coordenação Geral da Rede Brasileira de Cooperação e Emergências, “este é um recurso retórico que passa uma mensagem subliminar de falsa segurança para volta às aulas. A situação ainda é muito frágil para se voltar a uma normalidade, porque existe um nível alto de saturação dos hospitais”.
Mesmo com pedido de prefeitos, CPERS Sindicato, entidades e especialistas, governo gaúcho propõe retomada das aulas a partir de 8/9.