Nos meus momentos de solitude, fico imaginando que se o meu pai estivesse aqui conosco, a gente poderia estar comemorando seu quase centenário batendo altos e longos papos sobre cinema, literatura, música, teatro, ouvindo monstros sagrados da música instrumental -os saxofonistas Paulo Moura, Nivaldo Ornelas, Carlos Malta, Paul Desmond, Stan Getz, Dexter Gordon, John Coltrane, Ben Webster, Charlie ‘Bird’ Parker, Lester Young [quem acompanhou Billie Holiday], além do genial guitarrista Wes Montgomery, dentre tantos outros.
Ele foi saxofonista da Filarmônica Vitória.
Estaríamos diariamente aprendendo um com o outro.
O tempo passa e a saudade que sinto de João Lisboa, que precocemente partiu, aos 33 anos, vai aumentando, ainda mais quando se está entrando numa espécie de infância do outono.
Receba, mi viejo, onde quer que esteja orbitando, beijos e abraços calorosos deste seu primogênito e da turminha que veio depois: Eros, Anima, Fanny, Gutim. Clarinha, Lunna e Luiz Miguelito, net@s e bisnet@s.
Biblioteca Campesina, Santa Maria, 24 abril 2024.
(*) Joaquim Lisboa Neto, colunista do Jornal Brasil Popular, coordenador na Biblioteca Campesina, em Santa Maria da Vitória, Bahia; ativista político de esquerda, militante em prol da soberania nacional.