Proposta foi citada pelos presidentes dos Estados Unidos e da França e apresentada pelo ministro da Fazenda durante viagem à Itália
Em visita à Itália, na última semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a proposta de taxação de grandes fortunas e angariou apoio. Na presidência do G20, o Brasil tem impulsionado em âmbito global o debate sobre o tema sob o argumento de que a tributação dos mais ricos financie a redução das desigualdades e o desenvolvimento sustentável.
Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da França, Emmanuel Macron, defenderam a proposta brasileira em comunicado conjunto após se reunirem no último sábado (8/6). “França e EUA saúdam a iniciativa da presidência brasileira do G20 para priorizar discussões sobre cooperação internacional com relação a taxação, e pretendem trabalhar para aumentar esforços com o objetivo de uma taxação progressiva e justa para indivíduos”, afirmam os líderes.
Antes, em visita oficial ao Vaticano, Fernando Haddad teve uma audiência com o Papa Francisco e a taxação dos super-ricos foi um dos temas do encontro. Em Roma, Fernando Haddad conversou com o ministro da Economia, Comércio e Negócios da Espanha, Carlos Cuerpo, sobre a proposta brasileira de taxação dos super-ricos. Os dois ministros avaliaram que o assunto ganha força diante da necessidade de financiamento para acelerar o enfrentamento a desafios globais como o combate à fome e a pobreza, o endividamento de países de baixa renda e as mudanças climáticas.
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“Estamos falando de 3 mil pessoas que detêm US$ 15 trilhões em patrimônio. Boa parte dessas pessoas já se declarou a favor da taxação do super-ricos. Muitas já fazem doações filantrópicas que vão muito além daquilo que está sendo aventado no âmbito do G20”, disse Haddad em entrevista na ocasião.
“Os desafios já colocados vão exigir novas fontes de financiamento e me parece que essa é uma das mais justas, ao afetar muito pouca gente. Estamos falando de algo que vai atingir poucos milhares de pessoas para afetar bilhões. Me parece uma proposta decente do ponto de vista de justiça social, econômica e política”, reforçou o ministro.
De volta ao Brasil, Fernando Haddad conversou com a imprensa na última sexta-feira (7/6) e avaliou que o debate proposto pelo Brasil sobre a taxação de grandes fortunas avança entre lideranças mundiais. “O debate está prosperando. É difícil imaginar uma solução de curtíssimo prazo, mas é também difícil imaginar que esse assunto saia da agenda política internacional”.
G20 – A taxação de grandes fortunas, um dos temas prioritários da trilha financeira do G20 sob a presidência do Brasil. O país tem defendido a implementação de políticas fiscais mais justas, que garantam uma distribuição equitativa da riqueza.
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Por: Agência Gov