Igreja evangélica do Espírito Santo sorteia espingarda calibre 12 para seus fiéis. O pastor dessa igreja deve seguir a mesma “religião” violenta de Bolsonaro, que mudou o 5º Mandamento de Deus de “não matarás” para “matarás”! Falando para vários pastores Bolsonaro disse recentemente que “Jesus não comprou uma pistola porque não tinha naquela época”.
Mas se olharmos sem idealismo a história da Igreja Católica veremos que está suja de muito sangue. Foi assim nas Cruzadas e com a ordem dos Cavaleiros Templários, que reuniam nobres falidos para tomar as terras da Palestina, matar os mulçumanos, a quem chamavam de “infiéis”, e roubar as suas riquezas.
Tempos depois a Igreja Católica deu início à famigerada e sanguinária Inquisição, com a qual torturou e matou centenas de milhares de judeus, apossando-se de suas riquezas; de mulheres, que conheciam medicina natural e eram chamadas de “bruxas” e de muita gente das igrejas protestantes, que surgiam na Europa contra o poder feudal e corrupto do Vaticano. Tudo isso, é claro, em nome de Deus e para punir os tais “infiéis”.
Igualmente vimos essa interpretação flexivelmente sanguinária do 5º Mandamento cristão no apoio que o Papa Pio XII deu à perseguição e genocídio dos judeus pelos nazistas.
Agora, se espalha pelas mãos da extrema-direita, especialmente nos Estados Unidos de Trump e no Brasil de Bolsonaro, novas versões da igreja do “Cristo armado”, que prega a violência dos “homens de bem” contra novos infiéis, ou seja, os pretos das favelas e periferias, chamados de “bandidos”, dos indígenas, os imigrantes pobres, os democratas e defensores dos direitos humanos e os mesmos de sempre, os mulçumanos.
Mas ao lado dessas versões históricas dominantes de igrejas violentas e sanguinárias, sempre atuaram em contra estas igrejas e movimentos religiosos que expressavam a luta dos oprimidos contra as desigualdades. Tais setores religiosos populares tinham outra leitura de Jesus, pois entendiam que Ele veio não apenas para apontar a vida eterna para os humildes, mas principalmente para mostrar-lhes seu direito a uma vida eterna com dignidade humana e justiça social.
(*) Por Val Carvalho, escritor e militante de esquerda
(Réplica da arma que foi sorteada pelo pastor)
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