Recordes de desmatamento, grilagem, assassinato de lideranças comunitárias. Em apenas 2 anos, a gestão Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente do governo Jair Bolsonaro, bateu recorde de devastação. Enquanto a população é exterminada pela falta de combate à pandemia, o ministro do Meio Ambiente deixa a boiada passar
Dados desta sexta-feira (9), do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelam novo recorde de desmatamento na Amazônia. Só em março de 2021, segundo o instituto, foram 367,61 km² de devastação, segundo medições do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter).
Os recordes anteriores são do governo Michel Temer e do próprio governo Jair Bolsonaro. Um deles ocorreu em 2018, quando foram registrados 356,6 km² destruídos, seguido por 2020, com 326,49 km² derrubados.
De acordo com o Instituto, esse registro foi o maior desde a criação da série histórica, em 2015.
Em março de 2020, a gestão Ricardo Salles permitiu outro recorde: foram 326,9 km² desmatados. E, antes desse recorde de 2020, houve outro, entre 2017/2018, com devastação de 356 km² registrada por satélite.
Com o alerta do Inpe, o Greenpeace divulgou nota reforçando que o aumento de 12,5% nas medições ocorreu mesmo com uma cobertura de nuvens densas, fato que pode dificultar a leitura dos radares do Deter.
Segundo a organização não governamental, o governo Jair Bolsonaro é o maior responsável pelos aumentos e recordes no desmatamento. A entidade afirmou, ainda, que, de 2019 para 2020, a devastação subiu 9%.
“Com Ricardo Salles trabalhando contra o meio ambiente e o Congresso Nacional trabalhando para legalizar a grilagem, flexibilizar o licenciamento ambiental e abrir terras indígenas para mineração, o desmatamento tende a continuar em alta” ressaltou Cristiane Mazzetti, Gestora Ambiental do Greenpeace.
A ONG observou que a paralisação do Fundo Amazônia e o corte de recursos para a proteção do meio ambiente, confirmado pelo Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2021 é outro problema grave para a região. Apontou, também, que grandes polígonos de desmatamento, áreas de até 5 mil hectares, têm sido mais observados por imagens de satélites.