A deputada afirmou que está sendo atacada desde quinta-feira passada, após discussão com o deputado Nikolas Ferreira, bolsonarista que virou réu por transfobia
Primeira a falar na sessão da CPMI do 8 de Janeiro na manhã desta terça-feira (26), a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) denunciou que está sofrendo ameaças de morte desde quinta-feira (21). E que também tem sido vítima de ataques racistas e misóginos em decorrência de sua atuação na comissão, que ouve nesta terça-feira (26) o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo de Jair Bolsonaro (PL).
O teor das ameaças é explícito, segundo relatou Jandira. “São várias, inclusive me mandam contar as horas que ainda tenho para viver. São ameaças de morte, à minha integridade física”, afirmou. “Mandaram eu alisar o meu cabelo. Racismo, misoginia, ameaça à minha vida”, continuou.
A deputada ressalta que já registrou notícia-crime na Polícia Federal relatando as ameaças. “Os embates políticos devem existir, mas a gente não pode deixar sem resposta agressões e mentiras que ocorrem dentro da política”, disse.
Deputada discutiu com Nikolas Ferreira
Ela falou também sobre a divulgação de postagens editadas sobre os embates que teve na semana passada na CPMI. Jandira não citou nome, mas entre essas discussões houve uma com o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) na própria quinta-feira. O bolsonarista havia se tornado réu por transfobia no mesmo dia.
Na noite de quinta, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), casada com o senador Sergio Moro (União-SP), saiu em defesa de Nikolas (leia aqui).
“São ameaças nojentas“
Jandira recebeu solidariedade do presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), e apoio do deputado Rogério Correia (PT-MG). “Ela me mostrou algumas das ameaças que recebeu. São ameaças nojentas, de embrulhar o estômago”, disse Correia.
A deputada fluminense pediu também que pessoas que estimularam os atos golpistas sejam responsabilizadas. Ela defende que “não só os que estimularam (os ataques à democracia), mas que os são autores das ameaças sejam identificados e punidos”.
Em agosto, o deputado Filipe Barros (PL-RJ) ironizou, na CPMI, a denúncia feita por Jandira de que Bolsonaro e a esposa, Michelle, teriam envolvimento em um suposto esquema com pedras preciosas. Barros, na ocasião, defendeu o ex-presidente e atacou a deputada.
Foto da capa: “Mandaram eu alisar o meu cabelo. Racismo, misoginia, ameaça à minha vida”, relatou adeputada. Foto: Reprodução/TV Senado
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