Entre os dias 16 e 20, a secretária de Jovens da CONTAG, Mônica Bufon, esteve em Roma, na Itália, representando a juventude rural brasileira da Confederação, e também a juventude latino-americana, através da Confederação de Organizações de Produtores Familiares do Mercosul Ampliados (COPROFAM), em uma importante atividade internacional.
O Fórum Mundial da Alimentação foi preparado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), e teve sua agenda dividida em três fóruns temáticos: um para diálogo da Juventude, um para discutir sobre Investimentos nesse contexto, e outro para debate sobre Ciência e Inovação para lidar com as questões de soberania e segurança alimentar.
Também houve espaços para diálogos entre povos indígenas, apresentações de projetos e outros eventos acontecendo paralelamente. Mônica esteve acompanhada de Lucía Cordero, dirigente da Comisión Nacional de Fomento Rural do Uruguai (CNFR), também afiliada da COPROFAM junto a CONTAG. Ambas levaram ao Fórum algumas informações e experiências sobre como a juventude rural latina vem se organizando em seus territórios.
A Agroecologia foi um dos temas de destaque da atividade, tendo em vista seu potencial de gerar segurança alimentar com proteção ambiental. Neste sentido, Mônica apresentou as pautas do Festival da Juventude, do Grito da Terra e da Marcha das Margaridas, que demandam políticas ligadas à Agroecologia e outras questões importantes, e comentou com os/as participantes sobre articulações feitas com o governo federal brasileiro a partir dessas ações. “Também apresentei aos colegas iniciativas como o Programa Jovem Saber, os cursos do Inovar Juventude Rural, os Quintais Produtivos, e outras iniciativas voltadas para produção com sustentabilidade, realizadas pelas Secretarias da CONTAG”, explicou a dirigente.
Em outra assembleia do Fórum, o debate foi voltado para Direitos Políticos e Acesso à Terra pela Juventude, e que tipos de políticas públicas podem contemplar essa necessidade fundamental de jovens agricultores e agricultoras familiares em todos os continentes.
A campanha da Década da Agricultura Familiar das Nações Unidas também foi muito lembrada ao longo do Fórum, de forma transversal. Em muitos momentos foi reforçada a importância da campanha para a valorização do setor pelos governos das Nações Unidas, e a necessidade de comprometimento desses governos por políticas públicas específicas para o setor, como parte dessa valorização.
Todas essas atividades promoveram trabalhos em grupo que buscavam integrar as organizações participantes e definir propostas de trabalho no âmbito da articulação política internacional. Ao fim, essas propostas foram sistematizadas e serão levadas às instâncias superiores da FAO como encaminhamentos do Fórum Global da Juventude.
Além das assembleias e trabalhos de grupo, a juventude presente no Fórum também realizou duas reuniões paralelas com autoridades da FAO e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), para falarem diretamente sobre as necessidades e demandas de jovens de diferentes continentes, representados ali por distintas organizações. A semana de atividades foi finalizada nessa sexta-feira com uma Mesa Redonda de Jovens Agricultores, um último momento para reforçar a mensagem da importância da juventude na produção de alimentos.
“A agricultura familiar é muitas vezes vista e promovida como a última opção para os/as jovens, mas para nós faz parte do nosso estilo de vida”, comentou a jovem dirigente da CNFR sobre a mensagem que a juventude transmitiu neste encerramento. “Para reverter esta visão, que prejudica a permanência dos jovens no meio rural, é importante que tenhamos a possibilidade de ter acesso à terra e aos recursos naturais para produzir, e ter espaço em locais de decisão política”, completou.
“Foi uma semana de trocas muito ricas com a juventude, e experiências muito produtivas”, avaliou a secretária de Juventude da CONTAG.
Fonte: Comunicação CONTAG e COPROFAM – Gabriella Avila
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