Na cúpula da Celac, o petista voltou a criticar conflitos armados e pediu que o grupo faça moção pelo fim da “matança” na região
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu nesta 6ª feira (1º.mar.2024) que os 5 integrantes permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) coloquem um fim na “matança” de Israel contra palestinos na Faixa de Gaza. Durante discurso na cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), o petista pediu também para que o grupo faça uma moção pelo imediato cessar-fogo na região.
“Faço um apelo ao governo japonês, que assume a presidência do Conselho a partir de hoje, para que paute esse tema com toda a urgência. Peço aos 5 membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que deixem de lados suas diferenças e ponham fim a essa matança”, afirmou.
Lula disse que as vidas dos reféns israelenses que estão sob o domínio no Hamas também “estão em jogo” e que a dignidade e humanidades do mundo também, por isso seria preciso parar o que chamou de “carnificina”.
“Já são mais de 30 mil mortos. As vidas de milhares de mulheres e crianças inocentes estão em jogo. As vidas dos reféns do Hamas também estão em jogo. Eu quero terminar dizendo para vocês que a nossa dignidade e humanidade estão em jogo. Por isso é preciso parar a carnificina em nome da sobrevivência da humanidade, que precisa de muito humanismo”, declarou.
Os Estados Unidos vetaram pela 3ª vez, em fevereiro, uma resolução encaminhada ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para determinar um cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e o Hamas.
A proposta foi elaborada pela Argélia e recebeu o apoio de 13 dos 15 países integrantes. Os EUA, que têm poder de veto por ser uma das nações permanentes do colegiado, barrou o texto.
A decisão do Conselho de Segurança da ONU, com o veto dos EUA à proposta de cessar-fogo em Gaza, frustrou uma expectativa do governo brasileiro.
Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula, disse ao jornal Folha de S.Paulo em 24 de fevereiro –6 dias depois de o petista comparar os ataques israelenses ao Holocausto– que o petista estava liderando mundialmente uma mudança da conjuntura no Oriente Médio.
O Palácio do Planalto, sob orientação de Celso Amorim e com a anuência de Lula, propagou a versão de que o presidente brasileiro agiu de maneira estratégica ao comparar as ações do governo de Israel à política de Adolf Hitler para exterminar judeus durante a 2ª Guerra Mundial.
Nessa linha, a declaração do petista teria sido muito bem estudada para provocar um choque e uma mudança na atitude de vários países, inclusive os Estados Unidos. A divulgação dessa versão, publicada de maneira irrefletida por vários veículos jornalísticos brasileiros, foi apenas uma tentativa de consertar o estrago causado pela fala presidencial.