Em declarações à impensa, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) disse que suspendeu seu manifesto em favor da pacificação das relações entre os Três Poderes, que o documento teve 212 assinaturas na sexta-feira (27) e que, nesta segunda-feira (30), obteve mais de 100 pedidos de adesão
A informação é divulgada pelo site Poder 360 que informou em seu site que várias entidades assinaram e “pediram” mais prazo para que o texto da pacificação entre os poderes seja submetido a suas diretorias. No entanto, a notícia da imprensa liberal é a de que o deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), entrou no meio e pediu à Paulo Skaf, presidente da Fiesp, para adiar a divulgação do tal manifesto contra as ameças do presidente Jair Bolsonaro de ruptura institucional com data marcada para ocorrer no dia 7 de setembro.
Outro motivo, segundo a Fiesp, para o adiamento da divulgação da nota, já assinada, segundo a federação, por mais de duzentas entidades, é porque haverá ajustes para que o manifesto fique sem ambiguidades e que sugira críticas diretas ao presidente Jair Bolsonaro, e que só será lançada após o feriado do 7 de Setembro.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) chegou a produzir um texto. A Rede Globo divulgou que Paulo Skaf tem enfrentado pressão de entidades empresariais e de aliados do governo Bolsonaro para adiar a divulgação de uma carta que pede harmonia entre Executivo, Legislativo e Judiciário. Posteriormente, a Fiesp atenuou as declarações e disse que irá editar o documento para que não seja entendido como uma crítica ao Poder Executivo.
O fato é que, de sábado para cá, Fiesp e Febraban ameaçaram romper com o governo Bolsonaro em razão das ameaças prometidas para 7 de setembro e recuaram também por causa da ação de Arthur Lira e do ministrao da Economia, Paulo Guedes. De acordo com o site Poder 360, “um dos trechos do documento que irritou o governo federal, que ordenou os bancos oficiais se retirarem da Febraban, foi o que falava sobre a necessidade de criar empregos. O governo alega que (e isso é fato) empregos já estão sendo criados”.
Confira o parágrafo divulgado pelo Poder360:
“O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer, a gerar empregos e assim possa reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população. Mais do que nunca, o momento exige do Legislativo, do Executivo e do Judiciário aproximação e cooperação”.
Esse parágrafo, segundo levantamento do Poder360, já foi alterado e a redação atual é a seguinte, reconhecendo que já há criação de empregos, que deve ser mantida:
“O momento exige de todos serenidade, diálogo, pacificação política, estabilidade institucional e, sobretudo, foco em ações e medidas urgentes e necessárias para que o Brasil supere a pandemia, volte a crescer de forma sustentada, continue a gerar empregos e assim possa reduzir as carências sociais que atingem amplos segmentos da população. Mais do que nunca, o momento exige aproximação e cooperação entre Legislativo, Executivo e Judiciário”.
Veja a nota da Febraban que também foi adiada
O manifesto “A Praça é dos Três Poderes”, articulado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e apresentado na última quinta-feira às entidades empresariais com prazo de resposta até 17 horas da sexta-feira, é fruto de elaboração conjunta de representantes de vários setores, inclusive o financeiro, ao longo da semana passada.
A FEBRABAN submeteu o texto a sua própria governança, que aprovou ter sua assinatura no material. Nenhum outro texto foi proposto e a aprovação foi específica para o documento submetido pela FIESP. Sua publicação não é decisão da federação dos bancos. A FEBRABAN não comenta sobre posições atribuídas a seus associados.
Com informações do Poder 360/G1/O Globo/Valor