Dados da CNI apontam potencial da exploração da Margem Equatorial no PIB e na transição energética
A exploração de óleo e gás na Margem Equatorial brasileira tem potencial para promover o desenvolvimento regional, contribuir para a segurança energética e gerar recursos para financiar a transição para uma economia de menor intensidade de carbono. A exploração na nova fronteira pode injetar de R$ 400 bilhões a R$ 800 bilhões no PIB, dados são de estudo da confederação Nacional da Indústria (CNI).
Daniele Lomba, gerente-geral de Licenciamento e Meio Ambiente da Petrobras, apresentou os dados nesta segunda-feira, no primeiro dia do ESG Energia e Negócios, realizado pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), no Rio de Janeiro. “De acordo com estudo recente da CNI, se o Brasil tiver o mesmo potencial de petróleo que os países vizinhos (Guiana, Suriname), teremos como resultado a geração de 2 milhões a 3 milhões de empregos, de R$ 25 bilhões a R$ 46 bilhões em tributos e de R$ 20 a 30 bilhões de participações e royalties por ano.”
Marcelo Thomé da Silva de Almeida, diretor do Instituto Amazônia+21, defendeu o uso das receitas da exploração de óleo e gás na Margem Equatorial no desenvolvimento sustentável da Amazônia. “Nossa ambição é superar a falta de infraestrutura, o atraso em diferentes áreas que afetam a sociedade da Amazônia, como saúde, educação e energia. Temos 30 milhões de brasileiros na região que precisam de desenvolvimento sustentável.”
O professor da Universidade Federal do Maranhão, Allan Kardec Duailibe, frisou que o Brasil precisa mostrar que as energias do setor de óleo e gás são essenciais para o desenvolvimento da sociedade. “A demonização de uma energia vital para nós não é positiva. Precisamos debater profundamente não só o nosso setor, mas fundamentalmente no Brasil toda a importância da nossa indústria.”
Flavio Andrade, CEO da OceanPact, ressaltou que o grande desafio atual é mostrar como a Margem Equatorial pode ser transformadora para beneficiar o país e a sociedade.
O imbróglio da Margem Equatorial e os superpoderes do Ibama
Outro tema de destaque no ESG Energia e Negócios foi a necessidade um marco legal para o avanço de projetos de captura e armazenamento de CO2 (CCUS) e a criação de um mercado de crédito de carbono. Companhia de energia da Malásia, a Petronas, por exemplo, aporta 20% de seu Capex (investimento) no país em soluções de baixo carbono e eletrificação.
“Estamos investindo R$ 300 milhões de reais em universidades brasileiras. Deste total, 60% é direcionada em P&D e iniciativas com menor pegada de carbono”, afirma Adriana Frenkiel, Head de HSSE da Petronas.