Em entrevista à CUT, ministro do Trabalho, Luiz Marinho, falou, dentre outros temas, sobre a volta da política de valorização do salário, a regulamentação dos trabalhadores por aplicativos e a destruição deixada por Bolsonaro no País. Confira no vídeo
Os 100 primeiros dias governo de Lula, no que se refere à atuação e às pautas do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram os principais assuntos de uma conversa com o ministro Luiz Marinho, gravada no dia 14 de abril e veiculada pelas redes sociais da CUT. Na conversa, Marinho fez uma avaliação do país que foi deixado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), um país destruído sob diversos aspectos.
O ministro fez um relato, inclusive, do cenário de destruição das estruturas ministeriais ao longo dos últimos anos, que atingiu não somente o MTE, mas outras pastas também. No entanto, destacou que, em tempo e com a eleição de Lula, o elemento mais importante para sociedade brasileira foi preservado – a democracia.
“Tivemos a constatação do país que encontramos, do desmonte sob todos os aspectos, das políticas públicas e a estrutura para governar destruídas, o ministério do Trabalho foi fechado, fatiado e em todos os ministérios teve algum tipo de problema, de destruição”, disse o ministro.
Sobre os desafios daqui para frente no comando da pasta, Marinho reforçou que o trabalho ainda está sendo organizado, após todos os desmontes desde o golpe de 2016, contra a presidenta Dilma Rousseff.
“Ainda estamos organizando o funcionamento do ministério, reorganizando e repactuando com sociedade, bem como o movimento sindical e empresários para retomar o diálogo. E é impressionante a ansiedade da sociedade por isso”, afirmou o ministro.
Futuro
Ainda na entrevista outros temas foram abordados como a política de valorização do salário mínimo, a regulamentação de novas relações de trabalho como caso dos entregadores por aplicativos e sobre os 40 anos da CUT. O ministro também falou sobre o saque-aniversário do FGTS.
Sobre a valorização do salário-mínimo, Marinho afirmou que o diálogo com as centrais está avançado e que, em breve, a proposta estará finalizada para ser apresentada ao Congresso Nacional. Uma das possiblidades, segundo ele, é a volta da política adotada pelo governo Lula em 2005. “Ela deu certo. A lógica que implantamos gerou empregos e renda”, disse.
Já a respeito das novas formas de relações trabalhistas, ao ser questionado sobre o futuro do trabalho, o ministro reforçou que é preciso entender que há novos formatos, mas é preciso “ver o hoje” e garantir direitos a trabalhadores explorados por plataformas.
“Não posso aceitar que um trabalhador para ganhar até R$ 4 mil tenha que trabalhar até 16, 18 horas por dia. Dizem que é um bom salário. Pode ser, mas com essa jornada é quase trabalho escravo”, disse Luiz Marinho.
Ex-presidente da CUT, Luiz Marinho falou sobre os 40 anos de luta da Central, a serem completos em 28 de agosto de 2023. Ele destacou o papel movimento sindical na história e os caminhos que vêm sendo debatidos para modernizar as estruturas sindicais para atender a necessidade de representação de toda a classe trabalhadora, ampliando a defesa de direitos para além dos trabalhadores formalizados. O fortalecimento da negociação coletiva é uma das pautas prioritárias da CUT para 2023.
“É um processo natural e necessário organizar sindicatos mais fortes do ponto de vista organizativo, mais representativos. Para isso precisa condições econômicas. É necessário que a gente construa muito rapidamente no grupo tripartite que discute o fortalecimento da negociação coletiva e da estrutura sindical e revisão de pontos da reforma Trabalhista […] para poder ajustar trabalhadores e empregadores criando harmonia para enfrentar as diferenças naturais entre capital e trabalho”.
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