Não é fato novo.
Há décadas, Cuba vem dando contribuição para nova diplomacia global, baseada no humanismo, por meio da sua medicina preventiva, humana, antimercantil.
O socialismo cubano apresenta ao mundo, como reconhecem os governadores capitalistas e a OMS, autossustentabilidade nos setores de educação e saúde, mesmo estando, há mais de 60 anos, sob bloqueio comercial dos Estados Unidos, um dos atos mais perversos da história humana.
Tudo, claro, para contrapor-se à proposta de nova sociedade que o modelo cubano representa, intrinsecamente.
Agora, na crise do novo coronavírus, a coisa ficou explícita.
Médicos cubanos trabalham com remédios, como o Interferon, que a própria China, nova potência mundial, adota, considerando-o eficaz, depois de testes de laboratórios e experimentos humanos.
Em vez de reconhecer essa façanha espetacular, o que fazem os Estados Unidos?
Agem como os invejosos.
Dizem que o governo cubano explora seus médicos, mandando-os para outros países, cobrando royalties por isso, enquanto remunera os profissionais com baixos salários.
Do ponto de vista dos próprios médicos, eles são exportação de conhecimento, que trazem divisas para Cuba, como a mais importante alternativa para o país superar as dificuldades impostas pelo bloqueio comercial.
Show diplomático global
O fato é que os cubanos estão dando show e incomodam o governo americano, quando os Estados Unidos, em vez de terem humildade para chama-los para uma cooperação, saem a demonizá-los.
Os americanos, por enquanto, estão perdendo a batalha para vírus, ao se transformarem no epicentro da peste.
Já, Cuba nada de braçada.
A poderosa América, se aceitar contribuição de Cuba, evidenciaria choque brutal de conceitos.
A medicina americana – consumida em todo o mundo capitalista – visa, essencialmente, o lucro, conforme conceito curativo, de acordo com a lógica da produção de mercadorias.
Ao contrário, a medicina cubana, atuando, basicamente, na prevenção, é educativa e desperta consciência social.
Se o ser humano se previne, para salvar vidas, evita a medicina curativa, lançando mão dela, apenas, em última caso.
Desarma, portanto, a lógica do planejamento empresarial, movido a bilhões de dólares, que estabelecem os parâmetros da medicina mercantil.
Chamar cubanos aos Estados Unidos, como está fazendo a China, para enfrentar o novo coronavírus, seria optar pelo conceito inverso, o da medicina preventiva, humana.
A estrutura produtiva da indústria farmacêutica de Tio Sam balançaria de alto abaixo, configurando nova primazia, a da vida sobre a morte.