Municípios localizados na região da Serra no Rio Grande do Sul adquirem kits de medicamentos compostos por hidroxocloroquina e ivermectina para tratamento de Covid-19. O Diário Oficial da cidade de Caxias do Sul vai adotar a dispensa de licitação para a compra dos medicamentos, conforme edital aberto desde o dia 20 de julho. A destinação dos remédios será para tratamento ambulatorial e hospitalar precoce do coronavírus. Estão previstas a compra de três mil caixas de hidroxocloroquina para o tratamento de 500 pessoas e de 10 mil caixas de ivermectina para tratar mil pessoas. Situação semelhante também foi registrada em Bento Gonçalves sem abertura de concorrência pública.
O prefeito de Bento Gonçalves, que também é secretário de Saúde, Guilherme Pasin (PP) destaca que a prescrição dos medicamentos será com o aval do paciente. “Estamos tratando do direito de escolha do profissional médico em poder prescrever o tratamento que entender adequado ao seu paciente, e este o direito ou não de optar pelo tratamento. Cabe ao poder público, no caso ter as medicações em sua farmácia para que o cidadão, dotado do desejo e do receituário médico, tenha acesso. As compras foram recomendadas pelo Ministério da Saúde. No Rio Grande do Sul, 27 municípios já fizeram a aquisição.
O Conselho Estadual de Saúde recomenda em resolução que a Secretaria Estadual da Saúde se posicione contra a compra de qualquer medicamento para Covid-19 sem comprovação científica.
A Sociedade Brasileira de Infectologia, no final de junho alertava que os principais estudos clínicos não demonstraram benefícios do uso da cloroquina, nem da hidroxocloroquina no tratamento de pacientes hospitalizados graves por Covid-19. Também destacava no comunicado “que a Organização Mundial da Saúde (OMS), a FDA, Agência Reguladora de Medicamentos dos Estados Unidos, a Sociedade Americana de Infectologia e o Instituto Nacional de Saúde Norte-Americano recomendaram que não seja usado cloroquina, nem hidroxocloroquina em pacientes acometidos por Covid-19, exceto em pesquisas clínicas, devido à falta de benefício comprovado e potencial de toxicidade”. Orientação seguida pela Sociedade Brasileira de Infectologia também.