O Manifesto do Levante das Mulheres Brasileiras, lançado no último domingo (14/6) é a prova de que a união das mulheres há de fazer a diferença e derrubar de uma vez por todas o “Messias de arma na mão”.
Com quase 40 mil assinaturas, o documento que ganhou as redes sociais e se multiplica dia a dia tem nomes fortes do cenário político, jornalístico e artístico.
Entre as signatárias estão Dilma Rousseff, Luiza Erundina, Benedita da Silva, Sonia Guajajara, Djamila Ribeiro, Kenarik Boujikian, Eliane Brum, Marcia Tiburi, Maria do Rosário, Dira Paes, Marina Colasanti, Neon Cunha, Talíria Petrone, Renata Souza e Alice Ruiz.
O movimento pede o fim do (des)governo de Jair Bolsonaro. Naquele domingo, depois de enfrentar no Twitter um exército de robôs, o Levante conseguiu ser o segundo assunto mais comentado do dia e fez subir a , em poucas horas de ações coordenadas.
O movimento é suprapartidário e tem entre suas impulsionadoras centenas de mulheres das cinco regiões do país. Representantes de coletivos, movimentos e organizações de 15 áreas da sociedade civil, além de brasileiras que vivem no exterior. Em respeito às recomendações de isolamento social por conta da pandemia da Covid-19, o Levante concentra suas ações e toda a mobilização nas redes sociais, onde continua a colher assinaturas e a reunir mais e mais mulheres e somar apoios.
O que mobilizou o Levante a produzir o Manifesto – e a pressionar as instituições da República – foi a desastrosa política de Bolsonaro, que mata diariamente mil brasileiros vitimados pela Covid-19, amplifica a necropolítica e o genocídio de jovens negros, aumenta o feminicídio, a desigualdade e o empobrecimento, retira direitos, quer armar a população, espalha mentiras e ódio, faz apologia à ditadura, ao racismo, à LGBTfobia e ao fascismo.
As mulheres querem ser ouvidas e avisam que não vão apenas engrossar a lista de pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro. O objetivo da pressão é convocar os poderes e as autoridades a agir rapidamente. Elas convocam o Congresso, o Tribunal Superior Eleitoral e o Supremo Tribunal Federal a cumprirem seus papéis. “Existem na Câmara dos Deputados inúmeros pedidos de impeachment; no TSE, diversas ações pela cassação da chapa Bolsonaro/Mourão por fraude eleitoral. O STF precisa responsabilizar o presidente, que segue descumprindo a Constituição, atentando contra a liberdade e produzindo a morte de brasileiros e brasileiras”, diz o Manifesto.
Para o Levante das Mulheres, se os poderes cumprirem seus papéis, este governo desastroso terá fim.
A jornalista Patrícia Zaidan, uma das impulsionadoras do Movimento, ressalta que o mundo político é machista, e o Congresso e as cortes de Justiça são instituições pautadas por uma lógica masculina, elitista, sexista e branca. “As mulheres só têm voz quando se juntam e fazem barulho e pressão”, diz. “Foi assim contra a violência doméstica, no ‘Quem Ama não Mata’, pela volta da democracia, no ‘Diretas Já’, pelo fim do feminicídio, com o grito ‘Nenhuma a menos’, no ‘Fora Cunha’, ‘Não ao Golpe’, ‘Fora Temer’, e, nas últimas eleições, com o “Ele não!’”, lembra. “Agora, as brasileiras se juntam para dizer: ‘Ele cai’.”
Ludimilla Teixeira, idealizadora do Mulheres Unidas Contra Bolsonaro (MUCB) e do #EleNão, que também é uma das impulsionadoras do Levante, ressalta a importância da continuidade da articulação neste momento: “Depois de acender o fósforo com a criação do MUCB, a chama da indignação coletiva feminina cresceu, ganhou força com o #EleNão e agora soma-se a muitos outros coletivos de mulheres para explodir todas as formas de opressão e derrubar Bolsonaro!”.
Para aumentar a pressão e se fazer ouvir, o movimento Levante das Mulheres tem feito ecoar nas redes sociais e pelo Brasil um estrondoso
#MulheresDerrubamBolsonaro.
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