“A consciência é o melhor livro de moral e o que menos se consulta.”
Blaise Pascal
Sempre que preparo textos, artigos, pesquisas para quaisquer mídias, costumo assinar. E este texto faço questão de assinar.
Não é mais possível que no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre, sua capital, se viva como chimangos e maragatos. Só faltam as degolas. As físicas, porque as virtuais ocorrem todo o santo dia.
Vou tratar de festa de final de ano na Orla, na beira do Guaíba, com fogos, shows, com festa completa.
O evento foi ao “ar livre”, não tinha cancela, teve recursos públicos, teve grana de patrocinadores.
Nos dias atuais existem os portais de transparência das prefeituras, logo qualquer cidadão pode ir atrás, como creio que, dado a certas denúncias, o Ministério Público vai fazer, e como é órgão de controle certamente que o Tribunal de Contas fará a sua parte.
Creio que as “denúncias”, insinuações de certos setores da grande mídia local, são por conta que as suas “burras” não devem ter recebido a publicidade que almejavam.
Por sinal, esta é a pergunta que faço aqui e que farei quando alguém da oposição ao governo local alardear o que os grandes estão dizendo. O mote que me levou a dar uma olhada nos números, ler o que saiu do final do ano até agora, são por conta dos grandes, não dos blogs e pequenos sites.
Vou começar a perguntar: alguém acha que alguém pagou algum ingresso? Respondo, não, não tinha catraca.
O povo que é esperto levou bebida e bebeu. Alguém proibiu? Não.
Ah, mas teve boca e bico livre. Teve, não certamente havia mais gente na área VIP do que no Carnaval.
Quais as ocorrências negativas neste final de ano em Porto Alegre, em especial no evento. Procurei no noticiário e nada de especial encontrei. E você, caro leitor?
Todos os governos sejam de direita ou de esquerda tem sua base de apoio ou de oposição. Aqui, não é diferente. Ninguém vai pedir que não seja assim.
Você se estivesse no governo ou se pudesse ter opinado, como faria este evento?
Se você disser que teria feito uma licitação, eu acho que sim, poderia ter sido feito.
É contra a legislação fazer um ato desta grandeza com dispensa de licitação? Haverá sempre controvérsia, pois vi e ouvi nas consultas que fiz. Logo, é um bom tema para a Câmara Municipal, para o próprio governo, para o ano de 2025. Há tempo para tudo.
Falam de gastos de 4 milhões, para sermos exatos e corretos: 3,9 milhões.
Pelo que pude averiguar 1,9 seria de recursos públicos.
No Carnaval de 2023, a Prefeitura gastou 3,88 milhões. Claro que o Carnaval não é apenas um dia. Mas no Carnaval tem cobrança de ingressos.
Nenhuma mídia grande, média ou pequena fez quaisquer comparações entre estes eventos e outros.
Vocês se lembram do South Summit, um evento privado no qual só a Procempa investiu 600 mil? E o governo do Estado colocou quanto mesmo? A mídia esqueceu, não é? 10 milhões. E sabem, lembram, quanto foi o ingresso? 400 pilas, né?
Logo, nem tudo está errado. Nem todos são ladrões. Tem muita coisa errada na Prefeitura, sem dúvidas, coisas que eu mesmo já levantei, tem coisas mal encaminhadas. Tem denúncias de corrupção? Tem. Várias investigações estão em curso. Houve e há presos. Ou isto já foi esquecido?
Creio que levantar dúvidas, até mesmo suspeitas, é uma questão essencial do processo democrático. Mas tem que ter base. Suposições é quase um pecado.
Pedir prestação de contas é necessário. Responder é imperioso.
E, finalmente, mas não menos importante. Houve problemas graves e muito discutidos sobre o Parque Harmonia, sobre a forma de concessão da Orla. Muito bem, mas há uma gestão privada de um espaço público, como há vários pela cidade. Estejamos atentos a todos.
Aqui, estamos fazendo e propondo o primeiro exercício de uma análise séria. E como nos guia o filósofo Pascal: “A consciência é o melhor livro de moral e o que menos se consulta.”
Aguardamos vossas contribuições – 51.999335309 – adeli13601@gmail.com
(*) Por Adeli Sell, professor, escritor e bacharel em Direito.
*As opiniões dos autores de artigos não refletem, necessariamente, o pensamento do Jornal Brasil Popular, sendo de total responsabilidade do próprio autor as informações, os juízos de valor e os conceitos descritos no texto.