Governo de Daniel Ortega divulgou um comunicado de imprensa no qual faz diversos ataques contra a Espanha, depois que o país ibérico questionou a legitimidade de suas eleições.
O comunicado de imprensa da Nicarágua dirigido ao Ministério das Relações Exteriores espanhol, divulgado nesta terça-feira (10), começa por denunciar a “inadmissível ingerência do governo do Reino de Espanha nos assuntos internos que só correspondem ao nosso país e ao nosso povo”.
“Recordamos ao governo de Espanha a obrigação que tem de respeitar, como temos respeitado, e de assumir, sem demora, as formas de responder às justas reivindicações dos habitantes daquela dita península ibérica”, afirma o texto.
El Gobierno de Reconciliación y Unidad Nacional lamenta y condena la inadmisible intromisión del Gobierno del Reino de España, en los Asuntos Internos que sólo corresponden a nuestro País y a nuestro Pueblohttps://t.co/0bNrHj24AQ
— El 19 Digital (@el19digital) August 10, 2021
O governo de Reconciliação e Unidade Nacional lamenta e condena a ingerência inadmissível do governo do Reino de Espanha, nos assuntos internos que só correspondem ao nosso país e ao nosso povo.
O Ministério das Relações Exteriores espanhol, por meio de nota divulgada na segunda-feira (9), questionou a legitimidade das eleições no país latino-americano e lembrou à Nicarágua a obrigação de cumprir “os compromissos internacionais adquiridos no campo dos direitos humanos”, bem como seus “próprios preceitos constitucionais” e pediram a Manágua que liberasse políticos detidos no país.
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A resposta do governo da Nicarágua não foi curta e lembrou ao Governo da Espanha as suas “graves pendências”, que, como assinalam, remontam à década de 1980, “quando o seu então presidente ‘socialista’, Felipe González, criou os chamados Grupos Antiterroristas de Libertação (GAL) que sempre mancharam a Espanha de responsabilidade por crimes contra a humanidade, nunca investigados ou julgados”.
Eles asseguram na carta que as ligações do GAL com o submundo e com grupos paramilitares “se tornaram evidentes” e que quase 40 ações terroristas foram realizadas nas quais mais de 60 pessoas foram assassinadas e feridas impunemente.
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Para a Nicarágua, “todos esses crimes de ódio e crimes contra a humanidade, classificados como terrorismo de Estado, mostram o caráter imoral das instituições espanholas, que se atrevem descaradamente a colocar coroas em suas cabeças desacreditadas, fingindo ignorar a acusação criminal de manipulação histórica de Estado que persegue, aprisiona, tortura e mata, sem qualquer autocrítica, arrependimento, justiça ou retificação”.
“Diante de tanta hipocrisia e imprudência, rejeitamos todas e cada uma das palavras contidas nos apelos indizíveis, falsos e farsantes da Chancelaria Espanhola”, disse a carta.
E continuaram, desafiando e acusando a Espanha a “assumir toda a sua verdadeira responsabilidade em sua feroz e brutal História Colonial e Neocolonial, bem como em seu Fascismo disfarçado de Socialismo”. A Nicarágua realiza eleições gerais em 7 de novembro. Nelas, o atual presidente Daniel Ortega busca a reeleição.
Do site Sputnik Brasil