O pico da pandemia do novo coronavírus ainda não chegou no Brasil. As mortes por covid-19 – doença provocada pelo vírus – cresce sem controle e, com isso, o Brasil já superou a China, a Itália e a Espanha em números de contaminados, mortos e internados. Com recorde registrado de 12.033 mortes por Covid-19 até a manhã desta terça-feira (12), o País só não superou ainda os EUA e o Reino Unido.
Mas está correndo, com pressa, para ultrapassá-los. Se depender do presidente Jair Bolsonaro, todos os números da pandemia vão piorar. Os discursos dele sobre a pandemia menosprezam o poder do novo coronavírus e criticam as medidas de isolamento: único “remédio” contra a peste. Todos os dias ele coloca os brasileiros em risco. Dentre as ilegalidades relacionadas à crise sanitária mundial, Bolsonaro publicou, nesta semana, o Decreto n°10.344/2020, que inclui no rol de atividades essenciais as academias, as barbearias e os salões de beleza. Os governadores têm se recusado a obedecê-lo.
Na semana passada, foi ao Supremo Tribunal Federal (STF), na companhia de empresários e ministros de Estado, para constranger ministros do Supremo a obrigar governadores a relaxarem medidas de contenção do avanço da pandemia, cujo pico está sem previsão de chegada no País. Estudos indicam que, no Brasil, só depois do Natal.
O último balanço do Ministério da Saúde divulgado, na manhã desta terça-feira (12), dá conta de que, até o meio-dia, 172.790 brasileiros estão com a covid-19 confirmada. Cerca de 12 horas antes, ou seja, mais ou menos 20 horas antes, por volta das 17h de segunda-feira (11/5), quando saiu uma atualização, havia 168.331 casos confirmados. No domingo (10), eram 162.699 até 17h. No sábado (9), havia 155.939 até 17h. O Brasil é o país latino-americano que registra mais infecções por coronavírus.
DISTRITO FEDERAL
O Distrito Federal ligou o alerta vermelho em abril. A curva, que continua ascendente no DF e mostrava que a quantidade de internados em UTI com coronavírus apontava para um cenário de superlotação da rede de saúde, já é realidade. Em apenas sete dias, entre a última semana de abril e a primeira de maio, o número de pacientes internados cresceu 73% na capital do País.
Entre terça-feira (28/4) e terça-feira (5/5), o número de pessoas com Covid-19 em UTI saltou de 34 pessoas para 59. Segunda-feira (4/5), o HRAN – unidade de referência no DF para a Covid-19 – estourou seu limite, com 100% das UTI ocupadas. Nesta terça-feira (12/5), o DF registrou 2.829 casos e 46 óbitos por covid-19.
Pensando nisso e num suposto calendário de volta às aulas do governo Ibaneis Rocha (MDB), os diretores de escolas e gestores das Coordenações Regionais de Ensino do Distrito Federal (CRE) da rede pública de educação do DF decidiram enviar cartas às mães, pais e responsáveis pelos estudantes para explicar a situação, pedir apoio ao isolamento e retorno das escolas somente em um momento seguro.
Nas cartas, os diretores explicam que a escola é local de aglomeração de pessoas e um dos principais ambientes de contágio e disseminação do novo coronavírus. Em sintonia com a diretoria colegiada do sindicato, os gestores aprovaram, em reunião realizada no dia 27/4, a proposta do Sinpro-DF de encaminhar cartas à comunidade. A reunião virtual ocorreu logo depois que o governador Ibaneis decidiu seguir a necropolítica de Jair Bolsonaro e revogar os decretos dele mesmo que implantaram o isolamento social no DF.
O Sinpro-DF já recebeu cartas de outras Regionais que serão postadas, posteriormente, na sequência de matérias sobre este tema. Os(as) diretores(as) de escolas e Regionais que quiserem publicar sua carta, podem enviá-la para a diretoria do sindicato por meio do endereço: faleconoscoimprensa@sinprodf.org.br
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