No Dia Mundial da Juventude, comemorado no dia 30 de março, a Contag destaca as juventudes do campo, florestas e águas: um chamado de urgência para sobreviver e bem-viver
O Dia Mundial da Juventude é um bom dia para destacar que as preocupações da juventude do campo, florestas e águas são também os desafios de toda a humanidade. Mais do que nunca, o colapso climático é a verdade incômoda que ainda está sendo ignorada pela sociedade de consumo e pela elite capitalista mundial. A questão expõe a necessidade de mudanças radicais na forma como a humanidade foi historicamente estruturada pelo capitalismo e pelo patriarcado. Estamos todas e todos rumando mais rápido para o abismo caso medidas urgentes contra o desmatamento, as consequências nefastas da mineração, a destruição de mangues, por exemplo, não sejam tomadas já, agora, o quanto antes.
A produção de alimentos será um grande desafio em um mundo que enfrentará ao mesmo tempo desertificações e grandes inundações, com restrições ao acesso a água potável e a solos férteis, com grandes desequilíbrios de temperatura. Nesse cenário, a agricultura familiar e, mais especificamente, a juventude do campo, da floresta e das águas, está compreendendo a luta pela preservação e recuperação do meio ambiente como uma de suas prioridades na luta pela vivência e sobrevivência. E precisamos cobrar de nossos candidatos aos poderes Executivos e Legislativos ações concretas para essas questões.
Desmonte de politicas públicas
As juventudes camponesas já estão entre os principais impactados pelas consequências do desmatamento, do uso de agrotóxicos, da monocultura que contraria a força e inteligência da biodiversidade da natureza. E os crimes cometidos contra o meio ambiente se somam ao desmonte das políticas públicas voltadas para a agricultura familiar, e para a juventude rural – como Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – PRONATEC Campo, Programa de Apoio à infraestrutura e Serviços em Territórios Rurais (Proinf), Projovem Campo – Saberes da Terra, Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo), a linha Nossa Primeira Terra do antigo Programa Nacional de Crédito Fundiário e o Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural, para citar alguns. É preciso retomar e aprimorar as políticas para a juventude rural.
O golpe de 2016 que levou ao impeachment (impedimento) de Dilma Rousseff, à Emenda Constitucional nº 95 (Teto dos Gastos), à eleição de Jair Bolsonaro e sua desastrosa gestão da pandemia, do meio ambiente e da economia agravaram a situação da juventude rural. Entre 2018 e 2020 700 mil jovens entre 15 e 29 anos deixaram o campo. Como comparativo, entre 2011 e 2018 saíram “apenas” 200 mil jovens (dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNAD/IBGE – 2011, 2018 e 2020).
As melhores estratégias para o bem-viver
O Censo Agropecuário de 2017 mostra o que vemos na prática: o campo está envelhecendo. Entre os(as) produtores(as) dos estabelecimentos da agricultura familiar, apenas 10,67% têm até 35 anos. Trata-se de um enorme desafio para o futuro da segurança e soberania alimentar de nosso País, pois nossa categoria de agricultores e agricultoras familiares é responsável, por exemplo, pela produção de 80% da mandioca, 79,3% da uva (vinho e suco), 70% dos caprinos, 69% do abacaxi, 64% do leite, 51% dos suínos, 48% do café, 48% da banana, 45% das aves, 42% do feijão e 31% dos bovinos (cabeças) do Brasil.
Sem pessoas no campo com condições para produzir e viver com dignidade, como o Brasil alimentará sua população? Veremos o preço dos alimentos continuarem a subir, a fome aumentar, teremos que importar alimentos de outros países? A preservação e recuperação do meio ambiente e o investimento na Agricultura Familiar são as melhores estratégias, e talvez as principais, para evitar o colapso climático e construir um desenvolvimento econômico e social justo, solidário, equilibrado, em que uma sociedade mais igualitária possa prosperar, com dignidade e qualidade de vida para todas e todos. A juventude rural esperança nessa luta, pois esperançar é a única ação que nos levará adiante.
Secretaria de Jovens da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG)
Foto da capa/legenda: Arquivo Dalila Gonçalves dos Santos/FETAEG
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