O governo Jacinda Ardern, da Nova Zelândia, vai aumentar o salário mínimo e subir as taxas de impostos para os mais ricos. As duas medidas fazem parte das novas ações do governo neozelandês para debelar e combater a crise provocada pela pandemia da Covid-19.
Desde 2019, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) colocava o país como um dos cinco com o salário mínimo mais alto, com mais de US$ 18 a hora. Isso equivale a R$ 102 ou de 15 EUR, na cotação do dólar e do euro nesta sexta-feira (2/4).
Com o ajuste do salário mínimo, a Nova Zelândia passa a pagar US$ 20 para cada hora trabalhada como ordenado mínimo, ou seja, cerca de R$ 114 e perto de 17 EUR. Na prática, a medida aplica um aumento de US$ 1,14 dólares e vai beneficiar 175.500 trabalhadores.
Tributação dos mais ricos
Ao mesmo tempo em que tenta melhorar o poder aquisitivo da classe trabalhadora, o governo da primeira-ministra Jacinda Ardern decidiu tributar os mais ricos.
O governo decidiu elevar o imposto sobre o salário para 39% daqueles que ganhem mais de US$ 180 mil por ano. Ou seja, vai tributar quem recebe perto R$ 1,027 ou 150 mil EUR, caso de 2% da população neozelandesa.
O governo estima que, com a medida, em 2021, haverá uma receita adicional de US$ 550 milhões (R$ 3 bilhões 140 milhões e 500 mil) , ou seja, cerca de 468 milhões de euros (R$ 3 bilhões, 140 milhões, 280 mil).
A informação é do The Guardian e diz que muitos dos trabalhadores essenciais que não pararam os serviços durante a pandemia recebem o salário mínimo, como é o caso dos funcionários dos aeroportos ou das fronteiras.
Apuração da TVi24 indica que, ainda em 2020, os sindicatos pediam que se aumentasse o salário mínimo para US$ 22,10 dólares a hora, ou seja, R$ 126 ou 18,82 Eur a hora trabalhada, para trabalhadores essenciais. Apesar de não ver a meta atingida, os representantes reconhecem que a medida do governo foi positiva.
“É muito importante para esses trabalhadores. Parte disso é pelo dinheiro, outra parte, é pelo reconhecimento da comunidade pelos sacrifícios que estão fazendo”, ressaltou John Crocker, secretário do United Union, John Crocker, ao canal de televisão neozelandês TVNZ.
A primeira-ministra lembrou que se trata do cumprimento de uma das promessas de campanha eleitoral e admitiu que ainda faltam realizar outros objetivos prometidos.
“Ainda há muito a fazer, incluindo construir mais casas, melhorar o sistema de saúde, investir na educação e criar mais oportunidades de emprego”, destacou Jacinda Ardern.
O custo da habitação é um dos grandes problemas na Nova Zelândia. Na capital, Auckland, uma casa pode custar 11 vezes mais que o salário médio nacional, o que coloca a cidade como uma das mais caras em todo o mundo.
Este problema acentuou-se durante a pandemia de covid-19, sendo que 22.800 famílias esperam uma solução de alojamento que deve ser providenciada pelo Estado.
Ao longo dos últimos quatro anos, o governo de Jacinda Ardern tem vindo a aumentar o salário mínimo de forma gradual, conseguindo um aumento de 4,25 dólares (cerca de 3,62 euros) por hora desde 2017.
Apesar de ser um dos países que melhor lida com a covid-19, a Nova Zelândia sofre as consequências de uma recessão mundial, que afetam o país nas exportações e no turismo, sendo este último um setor muito importante na atividade económica do arquipélago.
Com informações do The Guardian e TVi