O Nubank conquistou milhões de brasileiros com a promessa de praticidade, cartão sem anuidade e uma conta que “rende mais que a poupança”. Parece bom, não é? Mas o que muita gente não sabe é que o Nubank não é um banco tradicional. Ele é uma fintech – uma empresa financeira de tecnologia – que não segue todas as regras rígidas dos bancos convencionais.
Esse detalhe, que parece técnico, pode custar caro para você. Descubra os riscos escondidos por trás do “cartão roxinho” e por que o Nubank é um perigo para o bolso dos brasileiros.
Os juros mais altos do mercado
O Nubank cresce às custas de juros altíssimos cobrados em cartões de crédito e empréstimos pessoais. As taxas podem chegar a 19,99% ao mês no cartão e até 20,99% em empréstimos. Isso significa que uma dívida pequena pode virar uma bola de neve em pouco tempo.
Esses números exorbitantes colocam o Nubank na mira de especialistas, que já comparam a fintech a práticas de agiotagem legalizada. Como resultado, milhares de clientes acabam superendividados e sem condições de pagar suas contas.
“As políticas de crédito do Nubank desrespeitam leis e contribuem para o endividamento das famílias brasileiras”, alerta Michelle Rodrigues, advogada especialista em Direito do Consumidor.
Práticas abusivas e reclamações
Além dos juros altos, o Nubank é alvo de diversas denúncias em órgãos de defesa do consumidor, como o Procon-SP. Só lá, mais de 6 mil reclamações foram registradas. Veja as práticas mais preocupantes:
Cobranças indevidas que somem do seu saldo.
Criação de chaves Pix sem autorização, expondo clientes a fraudes.
Bloqueio arbitrário de contas, deixando pessoas sem acesso ao próprio dinheiro.
Falta de transparência em contratos, escondendo taxas e condições desfavoráveis.
Retenção de valores com justificativas confusas ou inexistentes.
Muitos desses casos terminam em ações judiciais, mas enquanto isso, os consumidores enfrentam prejuízos financeiros e transtornos emocionais.
E se o Nubank quebrar?
O Nubank oferece produtos como o RDB, onde seu dinheiro rende 100% do CDI. Mas tem um detalhe importante: nesse tipo de investimento, o dinheiro do cliente se mistura com o patrimônio do Nubank. Isso significa que a fintech pode usar seus recursos para oferecer empréstimos a terceiros.
Se o Nubank quebrar, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) promete cobrir até R$ 250 mil por CPF, mas essa proteção não é garantida em uma crise econômica maior. Ou seja, você pode ficar na mão.
Quem paga a conta? A população mais vulnerável
O Nubank é vendido como uma solução moderna e acessível, mas suas práticas impactam de forma devastadora as pessoas de baixa renda, especialmente os jovens. A fintech seduz esse público com crédito fácil e sem análise rigorosa, criando uma ilusão de liberdade financeira. No entanto, muitos jovens, ao iniciarem a vida adulta, acabam presos em dívidas devido às altas taxas de juros e armadilhas escondidas nos contratos. Sem entender as consequências, eles entram em um ciclo de endividamento que só beneficia a fintech, colocando sua estabilidade financeira em risco.
Como se proteger?
Leia o contrato com atenção antes de contratar qualquer serviço.
Evite deixar seu dinheiro rendendo na conta do Nubank, pois há alternativas mais seguras.
Pesquise opções de crédito em instituições que respeitem o consumidor.
Denuncie abusos ao Procon e Banco Central.
O barato pode sair caro
O Nubank pode parecer moderno, prático e acessível, mas por trás do cartão roxinho existem práticas abusivas e riscos escondidos. Juros altos, contratos confusos e a falta de fiscalização colocam seu dinheiro – e sua estabilidade financeira – em perigo.
Antes de confiar na promessa de facilidade, lembre-se: Nem tudo que reluz é ouro!
(*) Eduardo Araújo de Souza é bancário do BB e presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília
*As opiniões dos autores de artigos não refletem, necessariamente, o pensamento do Jornal Brasil Popular, sendo de total responsabilidade do próprio autor as informações, os juízos de valor e os conceitos descritos no texto.