Enquanto o Brasil registra médias semanais de mortes pela Covid inferiores a 300 e mesmo a 250, o que ainda é motivo de tristeza e cuidado mas pelo menos é melhor que as médias do auge da pandemia, países de seu novo epicentro, na Europa, mostram números e situações muito piores e alarmantes. A Alemanha, por exemplo, conta 50 mil novos casos diários. E a Holanda anuncia novo lockdown.
No Brasil os números melhoram porque temos o SUS funcionando em todos os pontos de nosso território e índices de vacinação cada vez melhores, que superam a pregação antivacina de Bolsonaro e seus seguidores. Na Europa os números pioram, porque muita gente não se vacina ou não completa a vacinação, ou por indiferença ou negligência ou porque se deixou contaminar pela onda de desconfiança em evidente expansão.
É uma verdadeira insânia a recusa à vacinação na Europa tão civilizada, em complemento a recusa idêntica nos Estados Unidos, onde governadores republicanos e reacionários de dez Estados do sul e do centro-oeste impugnam nos tribunais a exigência de vacinação formulada pelo governo federal a funcionários que convivem com o público.
Talvez dê para entender que isso aconteça com os tais governadores, já mobilizados para as eleições legislativas do próximo ano, quando tentarão arrebatar dos democratas a maioria que têm hoje na Câmara dos Representantes e a situação de empate que existe no Senado. O ex-Presidente Trump, candidatíssimo a voltar em 2024, precisa disso e tem conseguido levar os republicanos cada vez mais para a extrema direita ou perto dela – e a recusa à vacina se mistura com outros mantras, como o aborto e o casamento gay, para mobilizar movimentos de fundo eleitoral que sabotam a luta dos Estados Unidos contra a Covid e, por extensão, a luta de outros países, inclusive o Brasil.
Mas não dá para entender que a mesma coisa, a recusa à vacinação, aconteça também em países europeus como a Alemanha e a Holanda, cujos governos não só não atrapalham, mas estimulam a vacinação e outras medidas contra a Covid.
As notícias que chegam da Europa civilizada são um alerta que o governo brasileiro não está ouvindo. Os avanços da vacinação no Brasil de pouco adiantarão se os atrasos verificados na Europa e nos Estados Unidos facilitarem uma nova onda da pandemia, talvez mutações do coronavírus que contornem os avanços científicos fantasticamente rápidos até aqui alcançados contra o vírus.
Já sabemos que não existem refúgios seguros contra a pandemia e que qualquer lugar do planeta em que ela se manifeste ou recrudesça é uma ameaça para todos os outros lugares. Já sabemos também que a vírus pega carona com qualquer passageiro que embarque com qualquer destino a partir de um país em alta de casos como a Alemanha.
Foi assim que ele chegou ao Brasil no começo da pandemia, com um empresário de volta da China, e logo se espalhou pelo país inteiro. Embora trazido por um brasileiro com suficiente poder aquisitivo para ir à China, o maior número de vítimas que fez foi de brasileiros muito pobres. Estes, porém, transmitiram-no para outros brasileiros, pobres e ricos, demostrando que a Covid não observa separações de classe e de poder aquisitivo e que para proteger os ricos é preciso proteger também os pobres.
Mutações do vírus já chegaram ao Brasil e se espalharam e isso pode acontecer de novo, aproveitando a situação da Europa e a chegada do Ano Novo e do Carnaval. O governo federal, porém, não toma conhecimento dessa realidade e ainda agora põe em consulta pública o parecer contra a cloroquina cuja votação empatou na Conitec, a comissão que estuda a inovação tecnológica no Ministério da Saúde.
É incrível que ainda se discuta a cloroquina depois da CPI da Covid e quando a Pfizer, por exemplo, já pede autorização à Anvisa para testar no Brasil seu antiviral específico para ela.
E é incrível, sobretudo, que se combinem diante de nossos olhos a nada imprevista insânia de Bolsonaro com os surtos coletivos de igual insânia verificados nos Estados Unidos e na Europa.
(*) José Augusto Ribeiro – Jornalista e escritor. Publicou a trilogia A era Vargas (2001); De Tiradentes a Tancredo, uma história das Constituições do Brasil (1987); Nossos Direitos na Nova Constituição (1988); e Curitiba, a Revolução Ecológica (1993). Em 1979, realizou, com Neila Tavares, o curta-metragem Agosto 24, sobre a morte do presidente Vargas.
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