Em uma postagem no Facebook, Luiz Felipe Miguel, professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB), comenta a atitude da Fiesp no caso do “manifesto” pela institucionalidade e alerta para a completa falta de compromisso da elite empresarial, capitalista e política com a democracia e afirma: “O manifesto pede mesmo é que se encontre um caminho intermediário entre Bolsonaro e a Constituição”. Confira
O site da Folha amanheceu com a manchete: “Banqueiros e empresários querem formar frente ampla histórica em defesa das instituições”.
Era uma louvação sem fim a Paulo Skaf, improbabilíssimo herói da resistência democrática, e ao manifesto pela “harmonia entre os poderes” que ele articulou junto à Fiesp e à Febraban.
Lido com atenção, o manifesto pede mesmo é que se encontre um caminho intermediário entre Bolsonaro e a Constituição. Mas o governo reagiu com fúria, o que legitimou a ideia de que se tratava do libelo de uma burguesia esclarecida.
Pois agora Skaf já avisou a Guedes que o manifesto “está suspenso”. Nada dessa história de parecer que se está contra Bolsonaro.
No mesmo site, leio que ministros dizem a interlocutores no Congresso que, após o 7 de setembro, o genocida vai sossegar, porque sabe que o excesso de tensões políticas piora suas chances de reeleição.
O impressionante é este discurso continuar a ser acionado, depois de tudo o que se viu até aqui.
O compromisso da elite política e dos capitalistas com a democracia é, quando mundo, vacilante, condicional e episódico. Bolsonaro conta com isso.