As lutas históricas e transformadoras deste país não foram batalhas só de homens. As mulheres negras protagonizaram papéis relevantes. Destacaram-se no enfrentamento da escravidão de nossos antepassados e ancestrais. Reagiram com dignidade, força e inteligência aqueles que sempre subjugaram as mulheres, especialmente as negras. Mulheres sequestradas de suas origens e famílias para viver sob tortura, opressão e abusos nas suas mais diferentes formas.
Hoje, 30 de outubro de 2022, somos chamadas a reunir forças contra a opressão, o racismo e todas as expressões de discriminação que tentam nos empurrar goela abaixo. É dia de votar e devolver os nossos algozes — racistas, misóginos, homofóbico, agressores, desumanos, supremacistas brancos e tantos outros e seus líderes — ao limbo da política.
Somos chamadas ao fortalecimento da democracia, à construção de políticas públicas que privilegiam a igualdade entre todas pessoas, não importando a cor da pele nem sua origem étnica. Afinal de contas, ainda que muitos nos neguem a condição de ser humano, somos guardiãs de uma humanidade que os nossos adversários perderam ou trocaram pela ganância espúria, fonte da miséria e da fome que afeta o povo deste país, sendo que a maioria e negra.
Apesar de não serem lembradas nem homenageadas como merecem, é preciso lembrar a importância de Dandara dos Palmares, que lutou contra a escravidão, ao lado do seu marido, Zumbi dos Palmares, em Alagoas. Anastácia ganhou notoriedade pela sua coragem da dar fuga aos escravos torturados pelos colonizadores. Reagiu aos abusos sexuais e violência física dos homens brancos. Passou pela Bahia e por Minas Gerais, e morreu no Rio de Janeiro. Luiz Mahin, outra guerreira, contra as perversidades praticadas contra os povos negros. Participou do levante na Revolta dos Malês, em 1835, e da Sabinada, em 1837.
Essas guerreiras e muitas outras de séculos passados vivem entre nós, mulheres negras, trabalhadoras, que não são reconhecidas pela enorme contribuição que, cotidianamente, dão ao Brasil. No campo político, mulheres, como Marielle Franco, são trucidadas por fazerem sombra ante a mediocridades de sucessivos governos que não nos reconhecem como força viva de uma nação. As perdas, no entanto, não nos desanimam. Pelo contrário. São inspiração e força de energia para seguirmos em frente e pressionar as instâncias de poder pelos nossos direitos.
Hoje, nós, mulheres negras somos, mais uma vez, chamadas paa expressar nossa capacidade de reagir à opressão que tentam nos impor. Chega de sermos depreciadas pela cor da nossa pela e origem. Queremos e somos merecedoras de tratamento igualitário. O tecido demográfico deste pais tem fibras de todas as etnias e raças.
A história de nossas heroínas e heróis foi esquecida ou suprimida pelo modelo eurocentrista de educação. O sistema educacional relega a plano inferiores, assim como agem conosco, a contribuição secular que o povo negro tem dado ao desenvolvimento do Brasil. Somos a maioria da população, somos a maioria dos eleitores. Então, a força da mudança depende unicamente da escolha que faremos hoje.
(*) Por Rosane Garcia, jornalista, para o Jornal Brasil Popular
Artigo publicado originalmente no Correio Braziliense
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Rosane Garcia se formou em jornalismo em 1981, pelo UniCeub. Fez estágio no Correio Braziliense, onde trabalhou, como repórter até 1986. Em seguida, foi para a Folha de S.Paulo, seguiu para a sucursal do jornal Zero Hora, passou pelo O Estado de S.Paulo e Jornal do Brasil.
Ao longo da carreira se dedicou às causas sociais, com foco nas questões indígenas e no movimento dos trabalhadores e trabalhadoras rurais. Hoje, é subeditora de Opinião do Correio Braziliense.
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