Nesta semana o Brasil completou cinco meses do primeiro caso confirmado de Covid-19. De lá para cá, a pandemia avançou para todos os estados do país, preocupando a população, autoridades públicas, profissionais da saúde e pesquisadores. Por outro lado, louva-se a agilidade dos profissionais da medicina e da ciência, que buscam a todo instante soluções para o caos: ou uma vacina ou medicamento. Já o poder público, principalmente governadores e prefeitos, apressaram-se para construir hospitais de campanha em espaços públicos e em estádios de futebol.
Com algumas exceções de atrasos e de desvios de dinheiro público partindo de alguns políticos, destacam-se alguns postos provisórios feitos em tempo recorde, e que por conta disso, alguns já encerraram as atividades ao ter êxito em zerar e curar os casos de coronavírus. As capitais São Paulo e Manaus são alguns dos exemplos. Feitos justamente em caráter emergencial para suprir as demandas de atendimento durante o auge da doença, a queda de internações nesses ambientes e o fim de suas operações indicam avanços para a área onde foram instalados.
Outra boa notícia nesses cinco meses foi divulgada em meados de julho pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao afirmar que o Brasil encerrou a fase de crescimento descontrolado da doença e chegou ao esperado platô, ou seja, a estabilização dos casos, embora ainda altos. “Existe uma oportunidade agora para o Brasil empurrar a doença para baixo”, declarou na ocasião o diretor-executivo do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, em coletiva de imprensa virtual. Embora alguns países passam por uma segunda onda de Covid-19, o platô é um fato positivo sobretudo quando são analisadas regiões que já passaram por avanço severo da doença e novos aprendizados.
As máscaras de pano viraram uma peça obrigatória para todos. E por mais desconfortável seja a utilização desse item, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças Americano (CDC), o uso de máscaras de pano é um forte aliado para barrar a transmissão do novo coronavírus. Um estudo citado pelo diretor do CDC, Robert R. Redfield, em entrevista ao Journal of American Medical Association pontua que a transmissão do vírus foi reduzida em um grupo de 75 mil profissionais de saúde após a indicação de uso do acessório de segurança em combinação com baterias de exames aos que apresentassem sintomas.
Estamos vivendo e aprendendo a conviver com o “novo normal”. Quarentena, máscaras, distanciamento social, álcool em gel são alguns dos exemplos. Enquanto isso estamos ansiosos e na expectativa pelo fim do coronavírus. Há avanços nos estudos acerca da imunidade à doença no Brasil e em todo o mundo, as vacinas estão em fases finais de testes e avançamos muito sobre o entendimento da coagulação do sangue nos pacientes com diagnóstico da doença, algo que não ocorre com a gripe, por exemplo.
Em cinco meses, podemos afirmar que aprendemos muito.
Wyl Villas Bôas é jornalista e sempre otimista por dias melhores