Previsões de que a era do petróleo está chegando ao fim foram destruídas pela realidade, mas seus efeitos, não
A tese de que o fim da era do petróleo se aproxima, diria Brizola, vem de longe. “Quando passei no concurso para a Petrobras e fui fazer o curso de formação, lá foi dito que o petróleo duraria mais 30 anos; e isso foi em 1970”, relatou o Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado, em palestra nesta quinta-feira no Clube Militar, no Centro do Rio de Janeiro.
Se passaram 24 anos da data prevista e o petróleo mantém sua importância e está por trás da maioria dos conflitos no planeta. No final de década de 1990, no Brasil, passou-se a vender a ideia de que o combustível perderia sua importância em 2030; isto para justificar que o País extraísse tanto petróleo quanto possível, enquanto ainda valeria alguma coisa, de preferência entregando campos petrolíferos a empresas de fora.
Ninguém acredita que daqui a 6 anos o produto perderá seu protagonismo na energia mundial. Mas os efeitos da previsão furada se fazem sentir: no ano passado, aproximadamente 47% do petróleo produzido no Brasil foi exportado (1,6 milhão de barris de petróleo por dia), segundo o Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).
(*) Por Marcos de Oliveira, jornalista, formado pela ECO/UFRJ, é diretor de Redação do Monitor Mercantil e conselheiro da Câmara de Intercâmbio Cultural Brasil-China