A OTAN está perdendo na Ucrânia e a Rússia quer evitar uma Terceira Guerra Mundial, disse o ex-presidente boliviano Evo Morales (2006-2019) em entrevista exclusiva à Sputnik.
Na avaliação de Morales, Washington tem uma “política intervencionista e expansionista” e “usa” a Aliança Atlântica para manter os países europeus sob sua tutela.
“Estamos vendo na Ucrânia que a OTAN está perdendo. Então, quando vai entrar em declínio, os EUA apelam à violência, que é a guerra. Inventam guerras para vender as suas armas e viver delas”, disse o ex-presidente, acrescentando que “sinto que isso poderia levar à Terceira Guerra Mundial, o que seria muito prejudicial para a humanidade. A Rússia está evitando isso”, afirmou.
Ao mesmo tempo, Morales acredita que “a OTAN parece com o Ministério da Defesa dos Estados Unidos“.
“Não consigo compreender os países europeus a tal submissão. O pior é que os países da Europa [têm] mais dinheiro para matar do que para comer. Nos últimos dias temos visto marchas no Reino Unido, Espanha, Alemanha, França, para os alimentos, impostos sobre os alimentos. Como vão tributar os alimentos? Esse imposto é certamente para financiar armas”, refletiu.
O ex-presidente também considerou que o conflito na Ucrânia causa danos econômicos à Europa e garantiu que a razão pela qual a OTAN está envolvida é por causa dos “recursos naturais da Rússia“.
“É o poder nos recursos naturais, nos recursos energéticos. O crime da Rússia é ter tantos recursos naturais, tanta energia. Com o conflito certamente não é vender gás, combustível, eles já têm sérios problemas. Essa é a realidade. Este conflito é sobre recursos é por isso que digo que, em países onde existem tantos recursos naturais, estamos na mira do império“, analisou.
Sobre o vazamento de um áudio do Ministério da Defesa alemão, Morales indicou que “[os alemães] já estão naquele país” e “querem passar para outro tipo de ataque”.
Em sua visão “a OTAN não está interessada na integração, está interessada na dominação, na submissão para roubar recursos naturais. É a política da OTAN e dos EUA“, complementou.