Tava eu nestes dias relembrando da crônica “Futebol com maconha”, de Stanislaw Ponte Preta, quando de repente direcionei meu pensamento pra fins dos anos ’70.
Naquela quadra, se inaugurava em Santa Maria o supermercado RikleoCenter no centro da cidade.
O braço panifício da empresa era comandado por um cara chamado Raimundo, experto na arte de produzir pães e outros petiscos dessa onda de derivados trigais.
Natural de Eunápolis, se deu bem na nossa aldeia. Alguém me apresentou a ele e ficamos amigos.
Passou a frequentar minha casa pra bater papo, jogar conversa fora, ouvir Bob Marley, Peter Tosh, The Wailers & others do mesmo gênero. Era reggae na vitrola e a koisa rolando na paulista…
Mas as visitas do eunapolitano tinha um objetivo principal: era participar das noturnas sessões cannábicas naquele lar onde a diamba sarabamba marcava presença abundantemente, em franca afronta ao artigo 281 do código penal.
Num desses, digamos, eventos sociais eu sugeri ao exímio padeiro que enxertasse umas sementes [sicílias, na gíria de então] fêmeas moídas nuns pães. Experimento!
Proposta aceita imediatamente.
Alguns dias após ele me trouxe uns exemplares del pan com ingrediente ilícito.
Pra avançar na empreitada propus que ele colocasse alguns pães pra consumo externo, isto é, pros caretas degustarem.
Dito e feito.
A inovadora mescla, que os comilões desconheciam, caiu no gosto da freguesia. Nego que comprava três pães passou pra seis, quem adquiria seis dobrou pra doze e assim sucessivamente.
E o time de degustadores ia crescendo em proporções geométricas.
Até que num fatídico dia um colega dedurou Raimundo, que foi demitido por justa causa, saiu com uma mão na frente e outra atrás.
Se mudou pra São Félix, montou sua própria padaria, na qual pôde dar sequência a ousada empreitada, agora aperfeiçoada.
Os pães e outras iguarias da Panificadora Eunápolis continham não só sementes como também folhas da medicinal kaya.
Com a vantagem do proprietário num correr risco de ser dedurado.
Biblioteca Campesina, 14jan23
(*) Por Joaquim Lisboa Neto, colunista do Jornal Brasil Popular, coordenador na Biblioteca Campesina, em Santa Maria da Vitória, Bahia; ativista político de esquerda, militante em prol da soberania nacional.
SEJA UM AMIGO DO JORNAL BRASIL POPULAR
O Jornal Brasil Popular apresenta fatos e acontecimentos da conjuntura brasileira a partir de uma visão baseada nos princípios éticos humanitários, defende as conquistas populares, a democracia, a justiça social, a soberania, o Estado nacional desenvolvido, proprietário de suas riquezas e distribuição de renda a sua população. Busca divulgar a notícia verdadeira, que fortalece a consciência nacional em torno de um projeto de nação independente e soberana. Você pode nos ajudar aqui:
• Banco do Brasil
Agência: 2901-7
Conta corrente: 41129-9
• BRB
Agência: 105
Conta corrente: 105-031566-6 e pelo
• PIX: 23.147.573.0001-48
Associação do Jornal Brasil Popular – CNPJ 23147573.0001-48
E pode seguir, curtir e compartilhar nossas redes aqui:
https://www.instagram.com/jornalbrasilpopular/
️ https://youtube.com/channel/UCc1mRmPhp-4zKKHEZlgrzMg
https://www.facebook.com/jbrasilpopular/
https://www.brasilpopular.com/
BRASIL POPULAR, um jornal que abraça grandes causas! Do tamanho do Brasil e do nosso povo!
Ajude a propagar as notícias certas => JORNAL BRASIL POPULAR
Precisamos do seu apoio para seguir adiante com o debate de ideias, clique aqui e contribua.