Para conhecer uma cidade, uma metrópole como Porto Alegre, a caminho de Montevideo e Buenos
Aires é preciso mais do que uma parada. Muito menos pode ser apreciada com uma paradinha antes de chegar a Gramado ou ao Vale dos Vinhedos.
Hoje, está à disposição um sítio eletrônico – www.cronoletespoa250.com – ou seja, um repositório de temas por tempo, cronos, para se conhecer mais e melhor nossa História.
Porto Alegre sempre foi tido como uma cidade açoriana. É, mas é bem mais que açoriana.
Tendo o dia 26 de março de 1772 como sua data de fundação, já em 1732 o madeirense Jerônimo de Ornellas recebera aqui sua sesmaria, com mais de 100 pessoas. Depois em 1752 aportaram os 60 casais açorianos.
Em 1814 havia em Porto Alegre, 41% de negros e muito poucos indígenas.
Porto Alegre é uma cidade multiétnica, formada por um caleidoscópio de origens, mas mais negra que açoriana, com certeza.
Na atualidade, Porto Alegre recupera sua relação com o Lago Guaíba, chamado de rio pelo povo, formado por quatro grandes rios vindo do interior.
Temos uma Orla recuperada com locais de gastronomia, de esportes, lazer, e isto que ainda não está concluído todo o projeto.
Mesmo que feito de forma enviesada e polêmica, temos outro local junto aos armazéns do Cais Mauá, chamado de Embarcadero, com múltiplas opções de gastronomia.
Questionado pela sociedade civil, pelas instituições de defesa de nosso Patrimônio Histórico-cultural, a concessão da área do chamado Cais Mauá, para “revitalização” dos antigos armazéns de nosso porto fluvial, foi concluído recentemente, recebendo a empresa vencedora um espaço das antigas docas para erguer nove torres. Este item é o maior questionamento do futuro empreendimento, como a problemática da mobilidade.
Foi uma das tantas ações discutíveis do atual governo do Estado e do Município, cujas gestões tem sido mais a favor do grande capital e da indústria da construção civil do que do povo.
O seu Centro Histórico tem espaços que merecem uma demorada visita, como é o Mercado Público de 1859, o Chalé da Praça XV, de 1911 (nos moldes mantidos até hoje), o antigo Paço Municipal de 1901.
Na Praça da Alfândega temos um nicho de edificações das décadas de 1910-20 que são muito importantes para dar um quadro de uma cidade moderna e avançada há mais de 100 anos atrás. Temos o atual Banco Safra que foi originalmente a Cia de Seguros Província do Sul, do grande construtor Rudolf Ahrons. Temos o prédio dos Correios, o Museu do Rio Grande do Sul, o Farol Santander, mais conhecido como Santander Cultural.
Seguindo pela Rua dos Andradas, conhecida como Rua da Praia, temos o antigo Hotel Majestic, hoje Casa de Cultura Mário Quintana e a Basílica Nossa Senhora das Dores.
Subindo a Ladeira, o visitante encontra a Praça da Matriz, com a Catedral Metropolitana, Mãe de Deus, o Palácio Piratini, do governo do Estado, ao lado tem a Antiga Provedoria da Real Fazenda, prédio mais antigo da capital. Sua construção foi concluída em 1790, pelo capitão Alexandre José Montanha. Há o Solar dos Câmara, de 1818, o Palácio Farroupilha, sede do Legislativo Estadual, o Theatro São Pedro, de 1858, o “Forte Apache”, antiga sede do governo estadual, hoje sede do Ministério Público, e o modernista prédio da Justiça Estadual.
Tem muito mais. Este já é um passeio de perder o fôlego no Centro Histórico.
Além disso, sugiro um passeio no Barco Cisne Branco pelo Guaíba em final de tarde para pegar nosso belo por do sol, como um passeio em nosso ônibus de Turismo.
E tem muito mais, como os Caminhos Rurais, já que temos a segunda maior área rural de nossas capitais.
(*) Por Adeli Sell, professor, escritor, bacharel em Direito e vereador do PT em Porto Alegre, RS.