Estão cada vez mais evidentes os estreitos vínculos entre o projeto de governo de Jair Bolsonoro e o pensamento dominante no meio militar brasileiro, especialmente entre oficiais superiores, sobre a identidade do Brasil no contexto internacional e a conformação interna de sua sociedade. Esse projeto já não revela qualquer compromisso das Forças Armadas com a chamada soberania nacional e aceita pacificamente a ideia de que nossos destinos estão definitivamente atados aos interesses dos Estados Unidos e do chamado Mundo Ocidental.
Em sua concepção, já não cabem mais sonhos de maior autonomia em nosso processo decisório que pudessem nos conduzir a ser uma potência importante no conjunto das nações. Na organização interna da sociedade, admite-se que seremos governados autoritariamente por uma elite capitalista, tutelada ou mesmo constituída sob a supervisão das Forças Armadas. À classe trabalhadora reserva-se o papel subalterno de mera supridora de mão-obra barata e abundante ao atendimento da demanda da atividade produtiva. A repressão militar a quaisquer tentativas de se fazer representar politicamente pesa sobre os partidos políticos e movimentos sociais que se organizam em virtude dos objetivos de promoção de direitos sociais e participação no poder.
A morte recente do pseudo-filósoso, Olavo de Carvalho, tido como o intelectual orgânico dessa visão de mundo ultra-direitista, trás à luz do dia, as ligações entre ele e os grupos militares aos quais, já há algum tempo, se dedicou a prestar serviços na concepção de uma versão da história recente do Brasil que escamoteia os crimes da ditadura militar de 1964 e pretende transformar seus responsáveis em dedicados defensores da democracia.
Faz todo sentido admitir que Olavo de Carvalho, no melhor dos casos, funcionou como um organizador do pensamento militar sobre os destinos do país e da ideologia que lhe serve de instrumento para a mobilização das forças de direita para levar adiante o dito projeto.
Por conseguinte, não faz o menor sentido supor que as ações do atual governo, sejam meramente o resultado do despreparo e da improvisação de um dirigente inepto, coisa indiscutível. Essas ações são fruto de uma ideologia retrógada, mas muito bem articuladas e perseguida com afinco para implantar sua visão de mundo estreita e deformante dos sonhos democráticos do povo brasileiro.
Elas são sim, fruto de toda uma concepção ideológica
(*) Por Flávio Tavares de Lyra, economista/Ipea, um dos fundadores do Jornal Brasil Popular
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