O caso ocorreu após os festejos em celebração a orixá, na Orla da Praia da Vila, e foi denunciado pela Associação dos Cultos Afro Brasileiros da cidade
Uma imagem de Iemanjá foi encontrada quebrada na Praia da Vila, em Saquarema, na Região dos Lagos do Rio, nesta segunda-feira (6). De acordo com o registro na delegacia, o ato de vandalismo aconteceu entre às 22h deste domingo (5) e 5h desta segunda.
O caso acontece após os festejos em homenagem à Rainha do Mar. O Dia de Iemanjá é celebrado no dia 2 de fevereiro. O caso foi registrado na Delegacia da cidade como “ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo” e “danos”, tendo como motivação intolerância religiosa. Policiais civis realizaram perícia no local.
Nas redes digitais, a reação foi imediata. O deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) postou em suas redes que se trata de mais um caso de racismo religioso: “Semana passada nos deparamos com mais casos de racismo religioso, com violentos ataques a imagens religiosas! Em Saquarema (RJ), na madrugada posterior ao dia de Yemanjá, uma imagem sua foi derrubada do altar e teve sua proteção de vidro quebrada. Já em Itajaí (SC), a imagem da mesma orixá teve sua cabeça arrancada. Em Magé (RJ) e na Baixada Fluminense, um busto de Maria Conga, entidade das religiões de matriz afro, foi depredada com símbolos nazistas esculpidos”, escreveu no Instagram.
Na mensagem, o pastor completa dizendo que infelizmente não são episódios raros nem isolados. “Praticantes das religiões de matriz africana no Brasil convivem diariamente com a discriminação e a violência. O racismo e o conservadorismo no nosso país estimulam a intolerância contra a pluralidade da fé, impondo uma única crença, que não dialoga com o Cristo que louvamos: negro, da periferia, que acolheu os marginalizados de sua época”.
E ainda: “Nos últimos quatro anos tivemos um governo que não cuidou do seu povo e incentivou a intolerância. Nesses novos tempos, que se iniciaram en janeiro, estamos construindo com o Ministério da Igualdade Racial (MIR) e Ministério de Direitos Humanos (MDH) iniciativas, em conjunto com os estados, que combatam não só o racismo religioso, mas também toda e qualquer atitude contra as Comunidades Tradicionais e o povo negro em nosso país. A luta contra o racismo deve ser de todos nós!”
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