Divulgados os resultados da oitava e última etapa da pesquisa Epicovid-19, da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) sobre a prevalência do coronavírus no Rio Grande do Sul. Uma das identificações do estudo mostra que a velocidade da doença está diminuindo no Estado. “Não é que o coronavírus está diminuindo, mas ele está desacelerado, o que é uma ótima notícia”, segundo o reitor da UFPEL, Hallal.
A apresentação foi feita nesta quinta-feira, 10 de setembro. A recomendação é que seja ampliada a testagem e um olhar mais atento “particularmente preocupante na cidade de Canoas”, na Região Metropolitana.
Outro dado é que os números diferem do número de casos de contaminações da Secretaria da Saúde. Pela pesquisa, estima-se que existam 156.763 infectados. Pelos números do governo gaúcho nesta quinta-feira, são 151.392 contaminações. Foram aplicados 4,5 mil testes em moradores de nove cidades gaúchas. Representando a cobertura de 1/3 da população (30%) do Rio Grande do Sul. Foram registrados 62 casos positivos nestes testes. O município de Canoas concentra o maior número de casos positivos, 19 pessoas, em Passo Fundo são 10 casos e em Porto Alegre aparecem nove moradores com teste positivo. Os testes foram aplicados de 4 a 6 de setembro.
O estudo mostrou para os pesquisadores que os anticorpos do coronavírus não duram muito tempo a ponto de serem diagnosticados em caso de quadros leves da infecção. “Uma pessoa que teve o quadro leve da infecção em março e abril, por exemplo pode não ser detectada pelo teste porque a quantidade de anticorpos não é suficiente”, explica Pedro Hallal. Mas esta descoberta para a literatura não se aplica para os pacientes que tiveram um quadro mais grave do vírus ou que estavam contaminados no momento do teste.
Este foi o único estudo populacional sobre a Covid-19 no mundo que realizou o acompanhamento em oito fases com pessoas das mesmas cidades. Pedro Hallal não aconselha o retorno das aulas neste momento atual. Mesmo que o estudo mostre uma menor velocidade de contaminação. Avalia que isto deveria ocorrer só em 2021. A UFPEL negocia mais duas etapas para que pesquisa prossiga com o governo estadual.