FUP não foi convidada para debater com Silva e Luna na Câmara, mas parlamentares chegaram a desmentir algumas das afirmações do presidente da estatal
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) reagiu na noite desta terça-feira (14) às declarações feitas pelo presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, durante sessão da Comissão Geral da Câmara dos Deputados sobre os preços dos combustíveis. O preço médio da gasolina subiu pela sexta semana consecutiva, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo.
Segundo os petroleiros, Silva e Luna mentiu aos parlamentares para defender a política de Preço de Paridade de Importação (PPI). “Silva e Luna preferiu culpar o ICMS pela contínua alta dos preços e não disse que o real motivo do governo Bolsonaro para a dolarização dos preços dos combustíveis é estimular uma política de incentivo às importações de derivados e GLP”, escreveu
O dirigente petroleiro afirma que essa politica beneficia “produtores internacionais e importadores, como se o Brasil não produzisse internamente praticamente todo o petróleo que consome e não tivesse capacidade de refino”.
Bacelar destacou que Silva e Luna repetiu uma mentira que foi usada em propaganda enganosa derrubada na Justiça. “Em meio à alta da gasolina, que já alcança R$ 7 em alguns estados, a Petrobrás lançou propaganda mentirosa dizendo que recebe em média R$ 2 a cada litro de gasolina. Ação civil pública obrigou a Petrobrás suspender a publicidade enganosa. Mesmo assim, Luna e Silva manteve a mentira”, afirmou.
Na Câmara, o presidente da estatal disse que “a parte que corresponde à Petrobras dá da ordem de 2 reais, considerando esse valor de 6 reais por litro”, tentando eximir a empresa da responsabilidade no aumento do preço aos consumidores.
Deputados contestam Silva e Luna
Parlamentares, no entanto, chegaram a rebater as afirmações de Silva e Luna. “Quando se analisam os 2 últimos anos, a parcela do preço que mais aumentou foi a da própria Petrobras”, afirmou o líder do PT, Bohn Gass (PT-RS), durante sessão. O deputado ainda criticou a defesa que o presidente da estatal fez da privatização de refinarias.
“A privatização de partes da Petrobras na área de refino expõe demasiadamente os preços internos à volatilidade do preço do petróleo fixado em mercados financeiros internacionais e, em especial, no caso brasileiro, à desvalorização brutal do valor relativo à moeda nacional. Além do componente da nefasta política de preços adotada pela Petrobras, os impactos para o País também poderão ser agravados no futuro com a privatização da estatal e a sua substituição por um monopólio privado do petróleo no País”, afirmou.
Bohn Gass disse ainda que a lógica do PPI “é um fracasso para o País”.
A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) também foi dura nas críticas à gestão da empresa. “O Presidente Bolsonaro disse que iria baixar o preço do gás de cozinha. Mentiu quando ele não muda essa política. Disse que iria baixar o preço da gasolina. Ele também mentiu quando não teve coragem de mudar essa política”, destacou.
“A partir do golpe de 2016, se adotou a pior política possível, e aquela empresa, que sempre pensou no desenvolvimento nacional, passou a adotar uma política que interessava aos acionistas minoritários da empresa e que interessa ao capital estrangeiro, menos ao Brasil”, disse ainda.
Com informações da Câmara e da FUP
Da Revista Fórum