Por volta das 13h dessa quarta-feira (21), Guilherme Boulos, professor, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo e ex-candidato a Presidente da República e à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, denunciou, em suas redes sociais, que o governo Jair Bolsonaro (ex-PSL) voltou a usar a Lei de Segurança Nacional para atacar a liberdade de expressão e depensamento e intimidar pessoas que criticam seu governo.
“Fui intimado pela PF na Lei de Segurança Nacional por um tuíte sobre Bolsonaro. A perseguição deste governo não tem limites. Não vão nos intimidar!”, escreveu o professor e militante do PSOL no Twitter.Boulos terá de se apresentar à Superintendência da PF em São Paulo, na quinta-feira (29/4), às 16h.
Matéria publicada pela Folha de S. Paulo dá conta de que a Polícia Federal intimou o ex-candidato a prefeito de SP, que irá responder a um inquérito no qual é acusado de “ameaçar” Bolsonaro porque escreveu no Twitter o seguinte comentário: “Um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na guilhotina…”.
De acordo com a PF, por causa dessa frase que se refere à história da França, o coordenador do MTST é acusado de “ameaçar” o indivíduo. “Em abril de 2020, depois de participar de um ato em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, em que os manifestantes pediam intervenção militar, Bolsonaro afirmou: “Eu sou a Constituição”. A declaração remeteu a frase atribuída a Luís XIV, rei da França por 72 anos no século 17: “O Estado sou Eu”.
Em resposta, Boulos então escreveu: “Um lembrete para Bolsonaro: a dinastia de Luís XIV terminou na guilhotina…”.
Bolsonaro ficou contrariado. E o deputado José Medeiros (Podemos-MT), ligado ao presidente, representou contra Boulos no Ministério da Justiça.Por determinação do então ministro da Justiça, André Mendonça, a PF abriu um inquérito contra o líder do MTST. E agora o intimou para depor.
“É uma perseguição política vergonhosa”, diz Boulos. Ele deve comparecer à PF acompanhado por seu advogado, Alexandre Pacheco Martins.
No feed do Twitter e de outras redes sociais, o líder do MTST recebeu solidariedade de milhares de pessoas, desde seguidores até autoridades. A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN), escreveu: “A Lei de Segurança Nacional é mais do que um entulho da ditadura, ela é a continuidade da política autoritária e de perseguição política. Seu uso pelo governo Bolsonaro é criminoso. Toda solidariedade a @GuilhermeBoulos
O deputado federal Gláuber Braga (PSOL-RJ) também escreveu: “Toda solidariedade ao companheiro @GuilhermeBoulos ! Os ataques deste governo não vão paralisar a luta de quem não se entrega!, mais um alvo da perseguição deste governo genocida”.
A deputada federa Benedita da Silva (PT-RJ) postou: “Você não está sozinho, companheiro! Força, eles não irão nos calar. #ForaBolsonaro”
Com informações da Folha de S. Paulo