Comitê intensifica atividades de mobilização no Rio Grande do Sul
A população gaúcha vai poder manifestar sua opinião sobre a privatização de empresas públicas, como a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), o Banrisul e a Companhia Riograndense de Processamento de Dados (Procergs), por meio de um plebiscito popular que será realizado de 16 a 24 de outubro. Mais de 60 entidades entre organizações sociais, sindicais, comunitárias e partidos políticos estão envolvidas na programação de uma série de atividades, organizada pelo Comitê Estadual do Plebiscito Popular.
Mesmo que os 35 deputados estaduais da base aliada do governador Eduardo Leite (PSDB) tenham autorizado o Executivo a privatizar a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), no dia 31 de agosto, o plebiscito popular quer garantir o protagonismo da cidadania para decidir sobre o futuro das empresas públicas gaúchas. Afinal, este é um direito garantido na Constituição Estadual, como explica um dos integrantes do Comitê Estadual do Plebiscito Popular, Milton Viário. “Aqui (na Constituinte RS) foi colocado que, a venda das empresas públicas do Rio Grande do Sul só seriam possíveis mediante a aprovação da maioria da população gaúcha, através da realização de uma consulta popular, de um plebiscito. Apenas um governador e 35 deputados fizeram, tiraram esse direito de 8,4 milhões de gaúchos e gaúchas, o direito de tomar a decisão”, explica.
Debates nos municípios
A estrutura do Comitê do Plebiscito Popular está organizada em 28 macrorregionais que agrupam os 497 municípios do Rio Grande do Sul. Justamente para garantir o maior acesso da população. “O plebiscito é um rico momento, eu diria que é o principal instrumento que os movimentos sociais e populares têm para fazer um trabalho de base, dialogar, ouvindo a sociedade, transmitindo informações mas o melhor, ouvindo a sociedade”, ressalta Milton.
Os próximos passos envolvem a organização do comitê do Plebiscito Popular nos municípios. O grande diferencial segundo Milton, será a programação de debates colocando opiniões favoráveis e contrárias às privatizações. “Este é o ponto alto do papel do plebiscito”, possibilitar à sociedade ouvir as opiniões contrárias e a sociedade formar a sua opinião e aí vai na votação com a cédula eleitoral do plebiscito e a pessoa manifesta o seu desejo e a sua vontade”, explica Milton. Para estimular a participação popular serão realizadas mobilizações municipais nos dias 25 e 26 de setembro, e em 9 e 10 de outubro. “Queremos conversar na praça, no supermercado, onde as pessoas estão circulando.” Milton acrescenta a mobilização que será feita nos sindicatos de 27 de setembro a 1º de outubro, e nos dias 11 a 15 de outubro, até a realização do plebiscito.