Maduro recebe enviado especial de Trump em Caracas para ‘negociação entre iguais sob o respeito e a determinação das nações’
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, recebeu o enviado especial dos EUA, Richard Grenell, no Palácio de Miraflores nesta sexta-feira, após aceitar o pedido dos Estados Unidos para uma audiência formal. É a primeira visita de um enviado do governo de Donald Trump à América Latina desde a posse em 20 de janeiro.
“O presidente Nicolás Maduro recebe o enviado especial de Donald Trump, Richard Grenell, e levanta a ‘Agenda Zero’ com o governo dos Estados Unidos”, anunciou o ministro da Comunicação e Informação, Freddy Ñáñez, em mensagem em sua conta do Telegram.
O encontro acontece apesar de os Estados Unidos não reconhecerem o governo de Nicolás Maduro. Dois dias após a posse de Trump, o secretário de Estado, Marco Rubio, oficializou o apoio do novo governo a Edmundo González Urrutia. O opositor contesta a reeleição de Maduro e afirma ter vencido as eleições.
Na Casa Branca, a reunião de Grenell com Maduro foi divulgada como uma “cobrança” à Venezuela, garantindo que o representante de Trump irá negociar de forma “dura”. Os EUA querem que a Venezuela receba venezuelanos que se encontram ilegalmente nos Estados Unidos. Não há acordo para repatriação. O governo Trump deseja também que seja soltos cidadãos norte-americanos que estão em presídios venezuelanos. Segundo o governo de Maduro, tratam-se de mercenários e espiões que tramaram a derrubada de Maduro.
Grenell é ex-embaixador dos EUA na Alemanha e diretor de Inteligência Nacional no governo Trump. “Este diálogo revive as tentativas secretas de reaproximação entre os dois governos durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021), quando Grenell se reuniu com autoridades venezuelanas na Cidade do México em 2020”, relata a TeleSur.
A Venezuela e os Estados Unidos estão atualmente tentando retomar o diálogo e as relações diplomáticas, que estão congeladas desde 2019, durante o governo anterior do presidente Donald Trump. Os dois países romperam relações diplomáticas em 2019, justamente durante o mandato anterior de Trump (2017-2021). Durante a gestão do ex-presidente dos EUA Joe Biden (2021-2025), os governos da Venezuela e dos Estados Unidos tiveram vários dias de diálogo, mas as relações diplomáticas nunca foram restabelecidas. Porém, a petroleira norte-americana Chevron foi autorizada a retomar atividades no país de Maduro.
Com informações da Agência Xinhua e da TeleSur
Jornalista, formado pela ECO/UFRJ, é diretor de Redação do Monitor Mercantil e conselheiro da Câmara de Intercâmbio Cultural Brasil-China