Dentre as conversas que podem resultar numa aliança com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) – explicitada no jantar em que estiveram presentes representantes de diversas legendas, no domingo (19/12) –, a ideia de formar uma federação partidária com PSB, PCdoB, PV e PSOL ganhou força no PT.
O entorno do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva passou a ver na proposta uma plataforma segura de lançamento de sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto em 2022. A ideia, no entanto, enfrenta resistência de dirigentes de partidos aliados que reclamam da falta de reciprocidade do PT para chegar a um acordo.
Diferentemente das coligações partidárias, as federações exigem afinidade ideológica, compromisso de união pelo prazo mínimo de 4 anos – o que inclui as eleições municipais em 2024 – e criação de um programa comum de atuação no Congresso Nacional. Trata-se de um “casamento” que vai além das eleições presidenciais e estaduais, cujo “divórcio” é punido pela Justiça Eleitoral. As legendas que se unirem em federações em 2022 terão de estar no mesmo palanque em todos os estados, o que exige uma complexa negociação, que tem prazo para a conclusão no começo de abril do ano que vem.
A princípio, o PT resistia ao modelo, mais atrativo aos partidos pequenos que correm o risco de não ultrapassar a cláusula de barreira – que restringe recursos públicos a legendas que não atinjam uma cota mínima de votos ou representantes eleitos na Câmara. Nas eleições de 2022, os partidos terão de alcançar o mínimo de 2% dos votos válidos ou eleger ao menos 11 deputados federais em nove Estados.
Na última reunião do diretório nacional, no dia 16, o Grupo de Trabalho Eleitoral do PT aprovou uma resolução para abrir negociação sobre a formação de uma federação partidária com PCdoB, PSB, PSOL e PV. Apesar do gesto, parte da direção petista ainda resistia à ideia. Mas o cenário interno mudou, segundo deputados e dirigentes ouvidos pela reportagem.
“A federação pode constituir uma frente de partidos que apoiará Lula à Presidência. Votei favorável. Ele sairia na largada com cinco partidos em 2022”, disse o deputado Reginaldo Lopes (MG), líder do PT na Câmara. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR), também se mostrou favorável à proposta em um sinal de que Lula aprova a iniciativa.
A defesa da federação passou a ser uma forma de atrair aliados, em especial PV e PCdoB, que estão em situação mais delicada. Independentemente do PT, o PV, o PSB e o PCdoB estão em conversas avançadas para a formação de uma federação em 2022, ao mesmo tempo que o PSOL conversa com o PCdoB e a Rede sobre o mesmo assunto. O objetivo é formar uma chapa competitiva de deputados.
A leitura no PSOL é de que uma federação o obrigaria a apoiar nomes do PT em Estados onde o partido tem candidatos fortes. Seria como um retrocesso na história da legenda, que nasceu como uma dissidência do PT, e que acredita ter força para superar, sozinha, a cláusula de desempenho, o que não é o caso do PV nem do PCdoB. O PV divulgou nota na terça-feira, 21, na qual afirma que os presidentes regionais aprovaram o apoio à candidatura Lula e a criação da federação com o PSB, PCdoB e PT.
A proposta de federação é defendida pela maioria dos deputados do PSB – partido que negocia a filiação de Alckmin –, mas sofre resistência na direção. O presidente da sigla, Carlos Siqueira, se reuniu com Lula na segunda-feira passada e colocou na mesa as condições do partido para uma eventual aliança: apoio dos petistas a candidatos do PSB em São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Espírito Santo. “Não pode ser uma via de mão única”, disse o dirigente.
Os partidos de centro e de direita, por sua vez, rejeitam a ideia de se unirem em federações partidárias. No Centrão, as siglas bolsonaristas acreditam que conseguem atingir ou superar a cláusula de barreira lançando candidaturas locais sem amarras com nomes presidenciais. Isso significa a possibilidade de um mesmo partido apoiar, por exemplo, Lula na Bahia e Bolsonaro no Rio Grande do Sul.
Foto da capa/legenda: A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, se mostra favorável à proposta em um sinal de que Lula aprova a iniciativa. Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado
SEJA UM AMIGO DO JORNAL BRASIL POPULAR
O Jornal Brasil Popular apresenta fatos e acontecimentos da conjuntura brasileira a partir de uma visão baseada nos princípios éticos humanitários, defende as conquistas populares, a democracia, a justiça social, a soberania, o Estado nacional desenvolvido, proprietário de suas riquezas e distribuição de renda a sua população. Busca divulgar a notícia verdadeira, que fortalece a consciência nacional em torno de um projeto de nação independente e soberana. Você pode nos ajudar aqui:
• Banco do Brasil
Agência: 2901-7
Conta corrente: 41129-9
• BRB
Agência: 105
Conta corrente: 105-031566-6 e pelo
• PIX: 23.147.573.0001-48
Associação do Jornal Brasil Popular – CNPJ 23147573.0001-48
E pode seguir, curtir e compartilhar nossas redes aqui:
https://www.instagram.com/jornalbrasilpopular/
️ https://youtube.com/channel/UCc1mRmPhp-4zKKHEZlgrzMg
https://www.facebook.com/jbrasilpopular/
BRASIL POPULAR, um jornal que abraça grandes causas! Do tamanho do Brasil e do nosso povo!
Ajude a propagar as notícias certas => JORNAL BRASIL POPULAR
Precisamos do seu apoio para seguir adiante com o debate de ideias, clique aqui e contribua.