Lideranças Indígenas do Sul e Extremo Sul da Bahia denunciam violência de grileiros em suas terras
Os violentos ataques promovidos por grileiros invasores dos Territórios Indígenas foram denunciados novamente na última segunda-feira (07), ao Ministério Público e Defensorias, em Teixeira de Freitas.
O povo Pataxó foi representado por várias lideranças das comunidades da região. Foram relatados conflitos locais pela terra, violações de seus direitos, perseguições, ameaças e assassinatos.
O evento realizado no Campus da UNEB (Universidade do Estado da Bahia) de Teixeira de Freitas, reuniu representações de entidades que atuam na defesa dos povos originários como o Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União, Defensoria Pública da Bahia, CIMI (Conselho Indigenista Missionário) e ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). O representante da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) participou como Observador das Comissões de Meio Ambiente e de Defesa da Liberdade de Imprensa e dos Direitos Humanos.
A ação desta segunda-feira foi mais um desdobramento da I Caravana Intercultural Indígena, organizada pela ADUNEB (Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia) e pelo CEPITI (Centro de Estudos e Pesquisas Intercultural e da Temática Indígena), que visitou comunidades da Região do Descobrimento em meados de outubro, após o assassinato do adolescente Pataxó Gustavo Conceição da Silva, de apenas 14 anos, com um tiro de fuzil.
As mais de 30 entidades que participaram da Caravana coletaram denúncias em cada local visitado.
Questões urgentes foram imediatamente encaminhadas, como assegurar o voto indígena no segundo turno, a partir da constatação de que muitos tiveram este direito violado no primeiro turno das eleições. O TRE instaurou procedimentos assim que tomou conhecimento denúncias.
A segurança é hoje o foco principal das comunidades indígenas da região, pois os fazendeiros grileiros de terras indígenas ainda não estão totalmente convencidos a devolver o que foi usurpado. Utilizam diferentes expedientes criminosos para tentar permanecer na posse de áreas que não lhes pertencem, desde ações coordenadas de difamação e disseminação de fakenews e discórdias até formação e sustento de milícias formadas por pistoleiros.
Tamanha violência vem causando ainda enormes prejuízos escolares às gerações mais jovens. Crianças e jovens indígenas tem sido obrigados a interromper suas frequências às aulas nas escolas indígenas afetadas e na universidade.
De parte dos povos, há muitos apelos para que as autoridades desarmem e investiguem a origem das armas pesadas e munições destes vizinhos.
(*) Por Fábio Costa Pinto, jornalista – Associação Brasileira de Imprensa (ABI), conselheiro, membro da Comissão de Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos (CLIDH) e da Comissão de Meio Ambiente
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