Movimento de retorno ao trabalho presencial cresce no país, inclusive na Petrobras; convicções mudam como nuvens
A taxa de vacância no mercado de aluguéis de escritórios em São Paulo registrou queda de 2,1% no 2º trimestre de 2024, na comparação com igual período de 2023. Esse resultado representa a maior queda de vacância registrada, anualmente, na capital paulista desde 2019 – o ano anterior à pandemia, portanto – de acordo com o Secovi-SP, que faz a Pesquisa e Análise do Mercado de Locação de Escritórios em parceria com a CBRE. Um dos fatores da queda é o retorno ao trabalho presencial. Houve um aumento de 10 pontos percentuais na presença física nos escritórios de São Paulo entre junho de 2023 e junho de 2024, revela a pesquisa.
A restrição ao trabalho online ocorre de forma generalizada no país. Na Petrobras, a nova presidente, Magda Chambriard, determinou, em etapas, o retorno ao presencial – atualmente a ida aos escritórios da maior empresa brasileira só é obrigatória 2 vezes por semana. Para trabalhadores com funções gratificadas – gerentes executivos, gerentes gerais e gerentes – o trabalho presencial será de no mínimo três dias por semana a partir de 1º de setembro de 2024. Para as demais funções gerenciais, as condições previstas atualmente para o teletrabalho seguem mantidas.
Mas a estatal só se compromete em manter o teletrabalho integral “para empregados com deficiência, pai/mãe ou responsável legal por crianças e adolescentes com deficiência e, de forma temporária, para empregados em condições críticas de saúde”.
Há 4 anos (14 de julho de 2020), em plena pandemia, esta coluna questionava: “Quanto tempo durará o trabalho em casa?”. E fazia “um paralelo com o teletrabalho (ou home office, para os fãs de termos em inglês), que deixa de ser um nicho e passa ao papel principal em empresas de serviços, turbinado pela experiência durante a quarentena. Será?”
“As empresas veem no sistema uma forma de redução de custos; os trabalhadores, ganho do tempo gasto na condução e menos pressão. Mas há um quê de modismo, e, se ninguém sabe como será o ‘novo normal’, se é que ele existirá, apostar no trabalho em casa é precipitado.” Há 4 anos, como agora, a conclusão é que convicções mudam como nuvens no mundo corporativo.
Além do retorno ao presencial
Além do retorno ao presencial, contribuiu para a queda da vacância na locação comercial em SP a “redução no volume de entregas e o expressivo aumento da absorção líquida nos últimos 12 meses, com um ganho 3,8 vezes maior frente ao resultado do período anterior (entre o 3º trimestre de 2022 e o 2º trimestre de 2023)”, explica o Secovi.
Os setores Financeiro e Saúde continuam entre os principais tomadores de espaços comerciais na cidade. O setor de Tecnologia, bastante destacado em 2023, voltou a ocupar a terceira posição, desbancando o setor de Educação.
O preço médio pedido de locação para escritórios classificados como Classe A/A+ encerrou o primeiro semestre de 2024 em alta. O resultado foi alavancado pelas regiões dos Jardins e da Marginal Pinheiros.