É certo que o ex-presidente Jair Bolsonaro, por causa de uma Erisipela, na perna, teve que internar-se em hospital de Manaus, nas quase duas últimas semanas; por isso, não pode ir ao Rio Grande do Sul confortar seu imenso eleitorado no estado gaúcho, que está em petição de miséria.
Mas, cá prá nós, isso não impediria que ele ditasse a sua assessoria pequeno despacho carregado de compreensão humana, destinado ao povo do Rio Grande do Sul, afogado no tormento das águas do Guaíba, engordado pela miríade de rios e riachos que formam gigantesca bacia no Estado, a desembocar-se na Lagoa dos Patos, circundada por estreito que levou ao transbordamento delas, não no oceano atlântico, mas na capital e centenas de cidades micro, pequenas e médias, num é, mesmo?
O que custava fazer isso?
Simplesmente, nada.
Ao contrário, ele se silenciou, o que provada inúmeras leituras, conhecendo seu comportamento, psicologicamente descompensado, como se evidenciou no tempo da Covid-19, durante a qual sua preocupação com o destino das pessoas não passou de descaso criminoso.
O modo de ser bolsonarista produziu, na verdade, nos seus discípulos, no chamado gado, o que se assiste, nesses dias: os bolsomínios lançaram mão das suas armas criminosas, a intriga maldosa, para confecção de fake news, criando problemas e o multiplicando-os por rumores escandalosos, dificultando a vida da população.
Tudo para desacreditar ações benéficas realizadas pelo governo Lula.
Uma desproporção e um despropósito inacreditáveis.
O silêncio de Bolsonaro escandaliza o bom senso nacional, enquanto o presidente Lula, em meio ao caos em que passou a viver os gaúchos, faz das tripas coração, para minimizar os sofrimentos dos últimos dias, que deixam em suspense toda a população, engajada no esforço de recolher recursos de toda a natureza para enviar aos irmãos e irmãs do sul.
Desde o último final de semana, o ex-presidente, que seria transferido para Brasília, deslocou-se para São Paulo, a fim de submeter-se a exames pormenorizados por equipe médica especializada.
A palavra da medicina, por meio dos seus representantes que assistem o ex-presidente, é a de que o caso dele não é de maiores preocupações, facilmente, contornado pelos recursos técnicos disponíveis.
Não seria, então, o caso de, nessa oportunidade, Bolsonaro lançar palavras de conforto aos seus eleitores e eleitoras do Estado, que dispõe de um dos maiores colégios eleitorais do país, nos quais seu prestígio é imenso, de acordo com os resultados das últimas eleições?
Preferiu ficar calado, até agora, revelando a mesma insensibilidade e distanciamento dos afetados pela desgraça, assim como se comportou, desumanamente, diante dos acometidos pela covid-19.
O silêncio escandaloso de Bolsonaro é ou não é sua própria condenação?
A população, que está vendo o presidente Lula se desdobrar para socorrê-la, sem medir esforços, esticando ao quarto maior estado da federação os braços do governo federal para prestar socorros, certamente, dará palavra final nas urnas.
(*) Por César Fonseca, jornalista, atua no programa Tecendo o Amanhã, da TV Comunitária do Rio, é conselheiro da TVCOMDF e edita o site Independência Sul Americana.
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